A humanidade não é humana – Por Pat Andrade

Foto: Revista Veja

Não entendo como é que as pessoas conseguem não se importar.

Lembro de quando eu era estudante e as pessoas não entendiam como e porque eu me importava com uma greve do outro lado do continente, uma manifestação na França, uma tragédia na China ou no Japão.

E eu não entendia essas pessoas.

Foto: Agência Brasil

Como podiam não se importar? Como?

E, de lá pra cá, nada mudou. As pessoas continuam não se importando.

E eu continuo sem entender.

E as catástrofes? O que temos a ver com suas vítimas? Nada?!!!

E as pessoas de Brumadinho? Não falo só dos que morreram. Mas de todos os que foram afetados diretamente pela tragédia (que poderia ter sido evitada, blá, blá, blá – mas não foi). Vidas inteiras destruídas. Não só casas e bens materiais.

Há três anos, vimos a mesma lama se derramar sobre nossas mesas. Passamos um paninho e esperamos outra notícia. Enquanto as vítimas da Vale (sim, da Vale do Rio Doce, responsável pelas barragens) esperam pelo resgate. Esperam pela indenização. Esperam pela vida de volta. Não terão.

Foto: BBC Brasil

Como é que o Brasil e o mundo podem continuar tomando café, almoçando, trabalhando, jantando, cagando enquanto Brumadinho se enche de lama e Mariana nunca mais sairá da Lama.

Nossos pratos, nossas camas, nossos quartos, nossos banheiros se enchem de lama. Ninguém sente? Ninguém vê? Ninguém se desespera, meu Deus? Que porra de humanidade é essa?

Patrícia Andrade

OS TRÊS MOSQUETEIROS – Retalhos da vida (Por Obdias Araújo)

Fotos: Google e blog Porta Retrato

Os meninos caminhavam pela Avenida Feliciano Coelho, em direção à ladeira que levava à praia da Vacaria do Barbosa. Troncos de buritis e árvores que a força do Amazonas arrancara pela raiz lhes serviriam de ponte.

Jorge, o mais velho, carregava uma sacola com um garrafão de vinho e meio quilo de piracuí, surrupiados da Casa Santa Maria, do senhor Eurico Vilhena, pai de um deles.

Assim que chegaram à praia, sentaram-se aos pés de um imenso assacuzeiro e sacaram desajeitadamente a rolha do garrafão de vinho. Os copos foram então distribuídos entre eles e o natal dos meninos começou.

Quando o garrafão estava pelo meio, os meninos entraram no rio e numa jangada improvisada com troncos de aningueira lançaram-se ao largo.

Não fora a intervenção do Guarda Territorial Adonias Trajano, os três meninos, vencidos pela correnteza do Rio-Mar, certamente morreriam.

Aliás, Jorge morreu alguns anos depois, coincidentemente afogado enquanto tentava arrancar ouro do fundo de um grotão no Garimpo do Lourenço.

O do meio vive hoje uma situação delicada. Não anda mais. O diabetes associado ao uso exacerbado da bebida o matam aos poucos. A aposentadoria compulsória o deixou em razoável situação financeira.

O mais novo, bem… O mais novo escreve versos e luta contra seus próprios dragões, embalado por um sonho.

Um lindo sonho de amor…

Obdias Araújo

TURISMO BOTÂNICO E FLORAL EM SANTANA – Texto de Fernando Canto

Foto: Fernando Canto

Texto de Fernando Canto

Ir à casa de pessoas que gostam de plantas dá uma sensação de paz e de alegria, disse minha mulher Sônia, ao chegarmos na casa dos amigos Fernando e Elainy, na antiga vila do Staff da Icomi, no município de Santana. O enorme terreno com uma casa muito conservada da vila, com seus ladrilhos e esquadrias de madeira com basculantes e venezianas originais, dá uma ideia do que como viviam as pessoas nos tempos áureos daquela companhia que ao mesmo tempo em que explorava e vendia nossos minérios era o orgulho amapaense do sentido do progresso em um Território Federal recém-criado.

Casal de amigos (do Fernando e Sônia e meus também) e donos da “casa-verde-floral”, Elainy e Fernando. Foto do arquivo pessoal do Fernandinho.

É verdade que não vim aqui falar da casa, mas não pude deixar de observar as calçadas perfeitamente decoradas com pedaços de lajotas e ladrilhos tão bem assentados por experientes e profissionais pedreiros. O banheiro central possui uma banheira autêntica da época, um pouco desgastada pelo tempo e uma pia ornada de mosaicos prosaicos (aí não poderia deixar de rimar, né?); o piso de madeira também dá a dimensão do aproveitamento da matéria-prima local: amazônica em sua essência.

Rosas do Deserto – Foto: Fernando Bedran

Elainy se preparava para pegar um voo no Aeroporto Internacional de Macapá e logo se despediu. Nosso interesse era adquirir uns pés de rosa do deserto para presentear amigas da Sônia. E Fernando tinha uma canteiro que mais parecia um jardim clonal, com pés dessa planta em vários tamanhos. Ele apresentou algumas das plantações como as mangueiras, cujos frutos quase se arrastam pelo chão e fazem a alegria dos inúmeros passarinhos que por lá habitam, tais como pipiras, suís, bem-te-vis e sabiás, que têm até ninho na parede próximo ao teto da casa. Camaleões entram por cima dos muros assim como eventualmente os macacos-pregos da reserva ecológica vizinha que surgem,sempre brincalhões, nas copas de além muro do terreno.

Foto: Fernando Canto

Os pés de coqueiros, cajueiros, limão, romã e até pau-brasil emergem do tapete verde da grama do quintal em harmônica paisagem cuidadosamente planejada, como um resultado de uma aula de paisagismo botânico de Burle Marx. Entre caramanchões e a luz refletida pela piscina, pés de plantas decorativas e medicinais, também estão ali esperando as mãos dedicadas dos que amam os vegetais e, consequentemente, a natureza, essa deusa milagrosa da vida que o homem comum ainda não entendeu a razão do seu reinado no planeta. Samambaias balançam soltas em seus vasos aéreos, são avencas, cama de deus menino, azuis e simples; rosas vermelhas, rosas rosas, rosas do deserto, cana fichi, espada de são jorge, espada de santa bárbara, trevo vermelho, bougainvilles misto, vermelho e amarelo, dinheiro em penca, uma parreira, e dentro de uma velha antena parabólica inúmeros pés de onze horas coloridos. Há tantas espécies de flores e plantas que não saberia dizer o nome de todas. E eu nem contei que no quintal dois filhotes de Pit Bull crescem sem alarde para proteger a propriedade dos amigos do alheio.

Ao meio de uns goles da cerveja domingueira uma boa conversa sobre plantas e flores surge assim como um prazer inenarrável que dá sentido à vida no gesto da libação necessária para que a amizade também cresça como elas, pois tudo na vida precisa de cuidado para sobreviver. Elas estão lá na forma pura de suas energias e no seu permanente conteúdo perfumando de poesia neste domingo chuvoso sob a linha do equador. Tudo isso dá, mesmo, paz e alegria.

Quem suporta o porte? – Por Patrícia Andrade

No restaurante da rua de trás de casa, o marido da dona conversava com um cliente. O assunto, a liberação do porte de arma ao cidadão comum.

Os dois são a favor. Mas só para o cidadão de bem. Aquele que já tiver assaltado, não pode. O que tiver ameaçado alguém de morte também não pode. Ah, o cara que matou alguém, esse é que não pode, mesmo! Mas quem fizer treinamento, pode. O que bate na mulher, pode? Nenhum dos dois sabe.

Durante a conversa, foram citando nomes de pessoas do círculo comum de amizade e – triste constatação – nenhuma das pessoas citadas pode ter o porte de arma; Fulano porque é muito nervoso, Sicrano porque quando bebe fica violento demais e o Beltrano – ih, esse é brigão mesmo – se ele tivesse uma arma, já tinha matado o vizinho, a sogra, o lixeiro e aquele cachorrinho que não para de latir.

Nem eles mesmos poderiam ter o porte, já que são torcedores fanáticos (um do Vasco e o outro do Flamengo) e correm o risco de atirar um no outro por ocasião de uma pelada qualquer – inclusive a vizinha da esquina, que anda dando umas olhadelas insinuantes para ambos.

Aí, eu me pergunto: quem suporta o porte?

Patrícia Andrade – Poetisa, militante cultural e amante da paz (e da vida)

E lá se foi o ” Pescador de Ilusões” (sobre a morte de Marcelo Yuka) – Por Marcelo Guido

Foto: Diário da Paraíba

E lá se foi o ” Pescador de Ilusões”

Hoje perdemos mais um. Ele foi para o descanso eterno. Marcelo Yuka, mais um brasileiro que como muitos de nós ainda sonham com um mundo melhor.

Sempre com opiniões contundentes, com palavras que viravam versos únicos, ordens de protesto de primeira linha contra as mazelas da nossa sociedade . O combate contra todo tipo de injustiça era seu tema, seu lema e sua vida.

Vi o Yuka pela primeira vez em um show, na antiga churrascaria do lago em Brasília, isso em 2000 poucos meses antes do acidente ( como o mesmo gostava de frisar). O cara de pé, trajando uma camisa onde lia- se ” Procura se ” sobre uma foto do Juiz Nicolau dos Santos o ” Lalau”. Deu uma verdadeira palestra sobre o que acontecia no Brasil, momento político e como nós poderíamos ser a força motriz da mudança. Lembro que entre uma cerveja e outra eu e o João Moraes conversamos sobre o que ele estava falando, talvez esse fosse o objetivo. Mandar uma mensagem.

Foto: Blog do Jair

Longe de ser um artista “pop”, o músico sempre caminhou pelo lado que achou correto. Isso é admirável.

Quando as setas da maldade atingiram e debilitaram seu corpo, sua voz não calou e ele continuou na missão.

Marcelo Yuka acreditava no ser humano, acreditava que com educação, arte , música e honestidade poderíamos mudar a sociedade.

Talvez seus joelhos não doam mais, ou você tenha ido ficar de bobeira. Nas esquinas, nas favelas e nas redes não se fala de outro assunto. Na muvuca e na encrenca, tem inocente e tem culpado.

Faltou luz, mas era dia. O tumulto está formado, a alma armada vai ficar apontada para cara do sossego.

Charge de Gilmar

Em momentos difíceis como esse que vivemos, eu te agradeço por me dizer que todo camburão tem um pouco de navio negreiro e que ninguém regula a América.

Você mesmo disse ” não se preocupem comigo” e eu te digo que ” valeu a pena”.

Esse vai fazer falta demais. Que todos os coiotes uivem por Yuca esta noite. Muito Obrigado!

Marcelo Guido – Jornalista.

A APROPRIAÇÃO SOCIAL DAS CORES – Por Fernando Canto

Por Fernando Canto – Sociólogo

Não é de agora que as cores determinam gostos, tendências e paixões. Muito menos ideologias políticas. Quando existiam. A simples pigmentação que os nossos olhos vêem na natureza, o que para os físicos designa uma luz ou a radiação de certo comprimento de onda, pode se transformar num insulto ou até mesmo em objeto de cobrança do dia-a-dia.

No contexto social há uma apropriação simbólica veemente das cores. Apropriação essa que ultrapassa a coerência, mormente em períodos de campanhas eleitorais, quando se exacerba o desfraldar das bandeiras e se acirram apaixonadamente os interesses em busca de vitórias políticas. Cores que se identificam com a personalidade de indivíduos nem sempre se adequam à personalidade do grupo, o qual invariavelmente dita as normas para se caracterizar. Apesar de impalpável a cor transfixa-se em objeto, e como tal tem o profundo poder de mexer no psicológico das pessoas e de transformá-las em reprodutoras do seu significado. Torna-se, então, símbolo identitário de uma causa, sinal de algo que se instaura, signo expressivo sob a luz. E por estar em toda parte constitui-se inequivocadamente símbolo, capaz de suscitar movimento expresso em cada alma que busca razões de estar neste universo.

Não é à toa que as cores de uma paisagem falam uma linguagem capaz de ser entendida pelos poetas e artistas, os quais pressentem a presença de entidades e gênios e sabem o significado do mundo visto por eles. As cores representam uma espécie de milagre permanente de energia. E mais além encantam os olhos de cientistas por se apresentarem como enigma a ser decifrado. Desde a criação alegórica do mundo quando Deus disse “faça-se a luz” as cores explodiram no cosmo para dar ao homem que viria razões para pensar no seu processo de criação e fazer nascer a cultura, em oposição à natureza.

As sete cores que enxergamos no espectro solar: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta são apenas produtos de visão arbitrária, considerando que o olho humano é capaz de distinguir cerca de 700 tonalidades de cores diferentes. Todas elas estão carregadas de valores simbólicos que dificilmente alguém pode apartar. O vermelho, por exemplo, cor quente, associada ao planeta marte (deus da guerra), também tem relação mística com metal (ferro), com pedra preciosa (rubi ou sardônica) e com um dia da semana (terça-feira). Também é considerada a cor do fogo e do sangue. É a cor do amor, do orgulho, da violência, da virilidade masculina e da divindade. Por vezes representa o sol, que enquanto fogo celeste, é mais vermelho que amarelo. São aspectos da apropriação que o homem realizou desde os primórdios nas suas lutas para marcar seu território e conquistar outros. Assim cores são bandeiras e estas têm cores representativas de uma ideia ou de uma ação, que no decorrer dos tempos mudam de significado.

Lembro aqui que a cor representativa de um grupo, de um partido ou de uma causa pode incutir medo ou reações mais absurdas de servilismo ou de conduta desvairada em seus seguidores. Quem não se recorda de um período recente da vida local em que o tradicional Colégio Amapaense foi pintado de um amarelo tão feio que causava dor na retina de qualquer cidadão? Ou de quando as escolas públicas, em época não muito distante, eram de um azul escuro tão forte que tinha até nome e provocava raiva? Um certo movimento abarcou logo – democraticamente – o arco-íris todo.

Creio que por um lado essa apropriação demonstra os progressos e as mutações do homem na sociedade. O homem que vence suas paixões e desejos e eleva sua consciência procurando novos rumos em direção à luz. Por outro lado, porém, esse mesmo homem, ao empatar a luz com sua mesquinhez e loucura, ou mesmo ao se impor como dono de certa cor, decerto tornará o mundo mais obscuro e mais triste.

OS SOCIÓLOGOS E O MERCADO DE TRABALHO – Crônica de Fernando Canto

Crônica de Fernando Canto

Compartilho da preocupação dos alunos dos cursos de Ciências Sociais (Bacharelado e Licenciatura) das faculdades do Estado do Amapá. Suas inquietações não são hoje mais do que intelectuais e acadêmicas, mas de sobrevivência. Os formandos estão na expectativa de concursos públicos, principalmente na área da docência, visto a obrigatoriedade do ensino da Sociologia nas escolas. Porém, muitos sociólogos também tecnicamente bem preparados que se formam em outros estados voltam para cá com o mesmo objetivo, encontrando, todavia um mercado que não se abre facilmente devido à concorrência com profissionais de áreas afins.

Embora o momento seja de crise e recessão, o mercado empregador se movimenta de acordo com as decisões políticas e as intervenções econômicas, podendo crescer ou se retrair. E é nessa hora que surgem as oportunidades de se ampliarem as condições para a absorção do sociólogo em muitos ramos do conhecimento e de atuação de governos e empresas. O profissional da Sociologia aprende a ser criativo na adversidade e pode usar seus conhecimentos teóricos para resolver problemas que se avistam ou que já estão incrustados na realidade. Além do Estado e do Mercado hoje se vê sociólogos trabalhando ativamente no Terceiro Setor, através de gerenciamento de projetos, que é um conjunto de conhecimentos e ferramentas capazes de contribuir para o alcance de objetivos propostos em um esforço temporário, onde os recursos são sempre limitados, onde uma idéia é transformada em plano de trabalho para gestão, comunicação ou captação de recursos entre parceiros envolvidos. As ONGs e OSCIPs, apesar de trazerem o estigma da “picaretagem” têm um grande potencial de mercado de trabalho no Brasil.

Em todas as faculdades o curso de Ciências Sociais dá uma formação generalista, portanto cabe a cada um especializar-se onde quiser, mas que se volte para uma formação mais empreendedorista e em projetos e pesquisa. Não se pode deixar de lado o investimento em idiomas e informática e a atualização na internet. Deve-se tentar entender a realidade como sociólogo e para tanto, quem procura emprego na área, tem que correr atrás de atividades correlatas, como por exemplo, entrevistador, tabulador, assessor e outros. Militantes xiitas de academias estão com os dias contados face os novos tempos.

A Sociologia abrange várias áreas humanas, desde as relações familiares às organizações de grandes empresas, desde o papel da política na sociedade ao comportamento religioso. Interessa a administradores, políticos, empresários, juristas, professores em geral, publicitários, jornalistas, planejadores, sacerdotes e ao homem comum. Entretanto não explica – e nem pretende explicar – tudo o que ocorre na sociedade, pois muitos acontecimentos humanos fogem a seus critérios (Ver revista Sociologia nº 7.)

A profissão de sociólogo foi reconhecida em 11 de dezembro de 1980 após a Lei nº 6.888 (sancionada pelo então presidente João Batista de Oliveira Figueiredo no dia anterior) ser publicada no Diário Oficial da União. A lei assegura aos profissionais, nos termos da legislação complementar, a docência de sociologia e as sociologias especiais nos três níveis de ensino no país. Em 1983 o Ministro do Trabalho Murilo Macedo edita a Portaria nº 3.230 de 15 de dezembro daquele ano, que enquadra a profissão de sociólogo no 31º grupo da Confederação Nacional dos profissionais Liberais –CNPL. Em 1984 a profissão é regulamentada pelo Decreto nº 89.531 de 05 de abril, publicado no Diário Oficial da União no dia 09 de abril. No Amapá um grupo de sociólogos fundou a sua Associação em 1985, tendo como primeiro presidente o sociólogo Nelson Souza. Atualmente está desativada.

Feliz aniversário, Telma Miranda! – @telmamiranda

Telma Miranda – Foto: Marcelo Corrêa

Hoje aniversaria a mãe da Laís, advogada crossfiteira, agente política, humornegrista e velha amiga deste editor, Telma Miranda.

Conheci a “Telminha há 20 anos, em uma época que ela não era a doutora Telma, muito menos eu jornalista. Na verdade, a menina já sinalizava que teria um belo futuro. Já eu, bem, eu era muito mais doido que hoje. Daí vocês avaliam…Mas este texto é sobre a Telma.

Na época, namoramos por um ano. Quase nos matamos, mas sobrevivemos, graças a Deus. De lá pra cá, nos esbarramos pela vida algumas vezes. Sempre com muito respeito e carinho mutuo. As pessoas próximas a nós também sacam, a gente se gosta e se respeita, nada além disso.

Eu e Telminha – 1998

Telma Miranda sempre foi muito inteligente, gente boa, meio malandra, meio patricinha. Nunca escrevi em um aniversário seu antes, tinha medo de provocar ciúmes infundados. A verdade é que gosto da Telminha. Ela me ajudou bastante quando nos conhecemos. Nosso romance juvenil faz parte do passado, memória afetiva mesmo.

O importante são as pessoas que nos tornamos. Tenho orgulho de seu crescimento profissional, pois apesar de seu 1,50 de altura, ela é uma grande mulher. Nestes dois últimos anos, nos encontramos bastante, sempre a trabalho. Com vasta cultura geral, Telminha mostrou que segue como sempre foi, bonita, gentil e inteligentíssima.

Foto: Marcelo Corrêa

Ex-secretária adjunta de Estado e ex-secretária municipal, agora profissional liberal da advocacia, Telminha segue na longa estrada de tijolos amarelos chamada vida com muita altivez, alegria e sucesso. Que neste novo ciclo, ela alcance seus objetivos.

Enfim, a gente pouco se encontra, mas quando rola, é evidente a grande consideração, respeito e amizade entre nós. E este texto é um registro disso.

Telminha, parabéns pelo teu dia. Que tenhas sempre saúde e sucesso junto aos seus amores. Feliz aniversário!

Elton Tavares

New Order cumpre promessa e bota pra quebrar no showzaço em Curitiba

Há 38 anos, em maio de 1980, Ian Curtis, líder da banda Joy Division, colocou uma corda no pescoço do Rock e se matou. O New Order, banda formada pelos remanescentes do JD, prometeu uma apresentação inesquecível em Curitiba. E cumpriu. Eles tocaram ontem (2) na casa de shows Live Curitiba. Eu e meu irmão, Emerson, estávamos lá, no meio das cinco mil pessoas que lotaram o local.

O New Order é uma das mais influentes do mundo nos anos 80 e 90. A banda integra o Hall da Fama Musical do Reino Unido e já vendeu mais de 20 milhões de álbuns em 38 anos.

O New Order arrebentou e embalou muitas festinhas pelo mundo, inclusive em Macapá. O grupo é uma das bandas que escuto há mais de 30 anos. Em 2014, também acompanhado do meu irmão, Emerson Tavares, assisti ao primeiro show da banda, em São Paulo. A apresentação de ontem foi infinitamente melhor.

A banda inglesa tocou, além de seus próprios sucessos, cinco clássicos do Joy Division. Além de excelentes canções, a mística que envolve a banda oitentista faz do New Order especial.

O repertório contou com as canções ‘Singularity’, seguida por ‘Regret’. O setlist ainda previa ‘Age Of Consent’, ‘Ultraviolence’, ‘Academic’, ‘Decades’, ‘Superheated’, ‘Tutti Frutti’, ‘Subculture’, ‘Bizarre Love Triangle’, ‘Vanishing Point’, ‘Waiting for the Sirens’ Call’, ‘Plastic’, ‘The Perfect Kiss’, ‘True Faith’, ‘Blue Monday’ e ‘Temptation’.

Após um suposto fim de show, a banda voltou e tocou os sucessos do Joy Division, como ‘Atmosphere’ e ‘Love Will Tear Us Apart’.

Mesmo com a ausência do carismático baixista Peter Hook, o New Order (com Phil Cunningham, Gillian Gilbert, Stephen Morris, Tom Chapman e Bernard Sumner) fez uma apresentação fantástica e emocionante. Sensacional mesmo! Ficamos felizes por ter vivido mais esse momento marcante em nossas vidas, pois são experiências como essa que fazem tudo valer a pena.

A vida sem a música é simplesmente um erro, uma tarefa cansativa, um exílio.” – Friedrich Nietzsche, em “Cartas a Peter Gast”, Nice, 15.1. 1888.

Elton Tavares

Há três anos, assisti ao show de Morrissey, em Brasília

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Steven Patrick Morrissey, tido para muitos como o maior inglês vivo, fez um show dia 29 de novembro de 2015, em Brasília (DF). A apresentação rolou na casa de espetáculos NET Live. Eu e um grupo de amigos, irmão e cunhada, estávamos lá. Foi um daqueles momentos únicos na vida. Há exatos três anos.

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Com sua inconfundível voz, topete, dancinhas e jeito marrento, Morrissey fez uma apresentação para fãs de sua carreira solo. Mas também levou três canções dos Smiths, sua antiga banda.

Nós ficamos na Pista Premium, pertinho da lenda viva do rock alternativo britânico. Foi um lance quase inacreditável, pois passamos a vida cultuando o artista e ele tava ali, a metros de nós. Muito doido!

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O show iniciou às 21h30. O cantor, ex-integrante da banda Smiths, abriu logo com Suedehead, um de seus maiores sucessos.

Para os fãs somente dos Smiths, o repertório talvez tenha decepcionado, mas Morrissey já fez o mesmo em outros shows dessa turnê, denominada “World Peace Is None of Your Business”, aliás é o mesmo nome de uma das canções executadas no show.

Mas Morrissey possui uma carreira solo sólida e de muito sucesso. Não à toa a casa de shows estava lotada com um público ávido por escutar suas canções. E teve de tudo, desde o cara tirar a camisa e jogar para a plateia a ativismo contra o consumo de carne (o cantor inglês é vegetariano e acredita que matar animais para consumo é assassinato).

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Suedehead, Everyday Is Like Sunday, First of the Gang to Die e This Charming Man levantaram o público e matou a sede até dos que queriam escutar Smiths.

Com 30 anos de carreira e 56 de idade, Morrissey se recuperava de vários problemas de saúde, o mais grave é um câncer no esôfago, mas apesar disso, o cara mandou muito bem, pois foi um show de 2h10 de duração, cheio de energia, atitude e talento, muito talento. Mas dizer isso deste ilustre britânico é uma redundância tremenda.

Estou muito feliz por ter vivido aquilo, principalmente com o Emerson (meu irmão), Andresa (cunhada), Anderson, Adê, Cid e Patrick, todos companheiros de aventura, viagem e grandes amigos nessa doideira que é a vida. É, trabalhamos muito, mas fazemos o que amamos. Com toda a certeza, um domingo inesquecível.

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Ah, outra coisa muito legal é que fotografei um dos maiores mitos da história do rock e constatei que, definitivamente a Rainha Não está Morta. Vida longa ao Moz!

Elton Tavares – Texto e fotos

27 anos sem Freddie Mercury (o melhor vocalista da história do Rock)

Foi em 1991, no dia 24 de novembro.

Há duas décadas e sete anos, morreu Farrokh Bulsara, o “Freddie Mercury” (nome artístico do cantor). Sim, faz 27 verões que o mundo perdeu o maior vocalista de Rock and Roll da história e um dos maiores cantores de todos os tempos. Eu tinha 15 anos e lembro bem que, na época, sua morte causou repercussão e tristeza em todo o mundo.

Após ficar muito doente, surgiam rumores de que estaria com AIDS, o que se confirmou afinal, através de uma declaração feita por ele mesmo em 23 de novembro, um dia antes de morrer.

O inglês foi vocalista e líder da banda britânica Queen. Também lançou dois discos-solo, aclamados pela crítica e pelo público. Ele foi um dos maiores cantores do Rock and Roll. Além de melhor frontman que já pisou na terra, o cara dominava a plateia com sua performance e vozeirão.

O cara era foda cantando Rock, Pop, Ópera ou o que se propusesse. Não à toa, é um ícone do Rock and Roll e virou um mito na história da música mundial.

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Freddie, como muitos outros seres incríveis que passaram por aqui nesta existência, foi um cara com um talento espantoso. Pessoas assim se eternizam na memória e no coração dos fãs, como eu e outros milhões de apreciadores do Rock and Roll. Sua história foi retrata este ano, no filme Bohemian Rhapsody. aliás, filmaço que rendeu essa resenha CLIQUE AQUI. 

Valeu, Fred!

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Não quero mudar o mundo. O que mais me importa é a felicidade. Quando estou feliz, meu trabalho reflete. No final, os erros e as desculpas são minhas. Gosto de sentir que estou sendo honesto. No que me compete, quero aproveitar a vida, a alegria, a diversão, o máximo que puder nos anos que ainda me restam” – Freddie Mercury.

Elton Tavares

Feliz Ano Velho! – Por Silvio Neto

Por Silvio Neto

Feliz Ano Velho!

As festas de fim de ano estão se aproximando: O Natal já tá bem aí e, logo em seguida, mais um ano que reinicia. Passadas as festividades, é hora de voltar para a realidade.

Para este ano que se aproxima teremos dois grandes acontecimentos políticos: Em maio, o Brasil romperá definitivamente suas relações diplomáticas com Cuba, crise que se iniciou com o recente fim do programa Mais Médicos. Em novembro, o presidente promulgará o Estatuto da Terra, estabelecendo novas regras sobre a demarcação e posse de terras.

Os três anos que sucederão o primeiro mandato do novo presidente eleito também não serão nada fáceis: No seu segundo ano de mandato, no mês de outubro, o presidente decreta, por meio de Ato Institucional, o fim dos partidos políticos. Em fevereiro de seu terceiro ano mais um Ato Institucional implanta as eleições indiretas para governador e vice-governadores e a nomeação de prefeitos. Já em Junho, o presidente do Partido Comunista será condenado a 14 anos de prisão. Finalmente, em seu quarto ano de mandato, o Congresso Nacional rejeitará a emenda que tentará restabelecer as eleições diretas para presidente e vice-presidente da República, e já em janeiro desse ano será promulgada nossa nova Constituição. Em fevereiro teremos sancionada também a nova Lei da Imprensa, que deverá impor censura prévia por agentes federais presentes nas redações e nas emissoras de rádio e televisão. Para março, enfim uma nova Lei de Segurança Nacional

Sim, serão quatro anos bem difíceis. Tentarei ficar quietinho só “vendo a banda passar cantando coisas de amor”, sem ser preso nem torturado. Só espero que tudo isso passe logo e eu consiga chegar vivo em 1968 pra poder ir com a minha Lulih assistir ao show da Janis Joplin no tão esperado Festival de Woodstock…

Adeus 2018! Feliz 1964!

Dados históricos

1964

– 13 de maio: O Brasil rompe as relações diplomáticas com Cuba.
– 30 de novembro: Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco promulga o Estatuto da Terra, uma lei que regula direitos e obrigações relacionadas aos bens imóveis rurais.

1965:

– 27 de outubro: Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco decreta o Ato institucional n° 2, que extingue os partidos políticos.

1966:

– 5 de fevereiro: É decretado o Ato Institucional N° 3, que institui as eleições indiretas para governador e vice-governadores e a nomeação de prefeitos.
– 6 de junho: O líder do Partido Comunista Brasileiro, Luís Carlos Prestes, é condenado a 14 anos de prisão.

1967:

– 18 de janeiro: O Congresso Nacional do Brasil rejeita a emenda, que restabelece as eleições diretas para presidente e vice-presidente da República.
– 24 de janeiro: Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco promulga a sexta Constituição brasileira, que substitui a de 1946.
– 9 de fevereiro: Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco sanciona a Lei de Imprensa, que impôs a censura prévia por agentes federais presentes nas redações, emissoras de rádio e televisão.
– 13 de março: É promulgada a Lei de Segurança Nacional pelo presidente Castelo Branco.

* Silvio Neto é bancário, professor, músico e jornalista.

Três anos do show do Pearl Jam em Sampa

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Há exatamente três anos, assisti ao show do Pearl Jam, realizado no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Foi “sensacional”. A quarta apresentação da banda americana no Brasil entrou para a lista dos dias mais felizes da minha vida. Certa vez, li que uma grande obra de arte ou acontecimento não vem atrás de você, é preciso ir atrás desse tipo de vivência. Foi o que fizemos. Sim, graças a Deus, eu estava lá, naquela noite de calor infernal em Sampa.

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O Pearl Jam fez um show mítico, misturou canções famosas com músicas lado B, conhecidas e cantadas somente por fãs aficionados. O estádio estava lotado e Eddie Vedder foi extremamente simpático. O público, é claro, interagiu com o frontman de forma recíproca. Durante 3h10 de show, milhares de pessoas cantaram, pularam e se emocionaram ao som de uma das maiores bandas do mundo.

A banda também homenageou, de uma só vez, os mortos nos atentados terroristas em Paris (FRA), ocorridos na noite anterior ao show, e John Lennon (o falecido beatle completaria 75 anos em 2015). O Pearl Jam tocou “Imagine” e todos no estádio do Morumbi acenderam seus celulares, pois a luz da esperança nunca apaga. Foi emocionante e lindo!

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Caiu um pé d’água torrencial na capital paulista, junto com uma ventania apocalíptica que fez o show parar por 10 minutos. Nada que tenha tirado o brilho da apresentação magnífica do Pearl Jam. Com exceção de Soldier of Love e Last Kiss, PJ tocou todos os hits e clássicos que nós queríamos ouvir. Sobretudo, os do disco “Ten”. Rolou “Even Flow”, “Jeremy”, “Alive” e quando rolou “Black”, o coração bateu mais forte e causou até um suor masculino nos meus olhos.

São esses momentos de felizes loucuras que alimentam nossas almas e corações. Só sabe quem vive tais momentos fantásticos. Estar presente num grande show nos dá uma sensação porreta de sermos indestrutíveis. Sei lá, um lance emocionante de ser jovem para sempre. Essas coisas que somente o Rock and Roll proporciona.

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Definitivamente, aquele 14 de novembro ficará na memória e no coração de todos que ali estavam. Eu agradeço a Deus por ter visto tudo aquilo: meu irmão Emerson, nossos amigos Anderson, Adê e Adriana. Há três anos, mais um capítulo fantástico de um vida feliz. Só sei que foi assim.

*Em 2018, assisti outro show da banda, na mesma cidade. Foda igual ao primeiro. A gente vive o Rock and Roll!

Elton Tavares

Manifesto FENAJ sobre a Eleição Presidencial

É hora de escolher a democracia.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), representante máxima da categoria no Brasil, novamente se dirige aos/às jornalistas e à sociedade para defender a democracia e opor-se ao fascismo emergente. Em breve, o povo brasileiro vai voltar às urnas para eleger o novo presidente do país e não restam dúvidas de que a disputa não se dá entre dois projetos democráticos, mas entre uma candidatura que respeita a institucionalidade e o jogo democrático e outra que representa uma regressão política e até mesmo civilizatória.

O Código de Ética do Jornalista Brasileiro estabelece, em seu artigo 6º, como dever do profissional: “I – opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;(…) X – defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito; XI – defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos, negros e minorias;(…) XIV – combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.”

Portanto, além de um dever cívico, é também uma obrigação ética dos jornalistas posicionarem-se contra um candidato a presidente da República que faz apologia da violência, não reconhece a história do país, elogia torturadores, derrama ódio sobre negros, mulheres, LGBTIs, índios e pobres e ainda promete combater o ativismo da sociedade civil organizada. Esse candidato é Jair Bolsonaro, do PSL.

Propositadamente, ele faz uma campanha despolitizada, assentada em valores morais, família e religião; na disseminação de ideias como anticomunismo, racismo e intolerância à diversidade. Na verdade, representa os que, ainda hoje, não se conformaram com a redemocratização e com os avanços sociais ocorridos na última década. Bolsonaro representa os que temem a democracia e a organização do povo; fala em nome daqueles que não se incomodam com privilégios nem com a corrupção e que não se constrangem com o uso da força onde e quando julgarem necessário.

Como entidade representativa dos trabalhadores e trabalhadoras jornalistas, a FENAJ também chama atenção para o perigo da agenda de retrocessos nos direitos trabalhistas anunciada pelo candidato do PSL, que certamente aprofundaria ainda mais os retrocessos da contrarreforma trabalhista imposta à classe trabalhadora pelo governo Temer.

Do outro lado, temos a candidatura de Fernando Haddad. Sem cair na tentação de avaliar os governos do PT, podemos afirmar seguramente que o partido respeitou – e respeita – as instituições democráticas; apresenta-se para o debate público e submete-se à vontade soberana do povo, expressa nas urnas. Haddad não é, portanto, um extremista autoritário que apenas está no polo oposto, como querem fazer crer seus adversários políticos.

Assim, a Federação Nacional dos Jornalistas sente-se na obrigação de alertar a categoria e a sociedade em geral para a verdadeira disputa atual: ou democracia, com todas as suas imperfeições, ou o autoritarismo de base militar, com todos os seus males. A decisão, portanto, tem de ser no campo da política, com o debate público sobre o país e seu povo.

Em defesa da democracia!
Em defesa do Estado Democrático de Direito!
Em defesa dos direitos humanos!
Em defesa da soberania nacional e popular!

Brasília, 11 de outubro de 2018.

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ.

*Meu comentário: Sou integrante da FENAJ e concordo com o posicionamento da entidade. Vou votar no PT com o coração partido por conta da corrupção promovida pela agremiação pilotada por seu encarcerado mestre, o Lula. Porém, com seus rasos discursos agressivos, ele Bolsonaro se diz o defensor e restaurador da ordem perdida, mas a verdade se trata de um homem racista, machista, homofóbico, ditador e reacionário (não sou eu que digo, ele disse em várias entrevistas).

O candidato do PSL se mostra um potencial inimigo da liberdade de expressão e direitos conquistados em décadas de lutas. Uma verdadeira ameaça à democracia brasileira. Estamos nas trincheiras de dias sombrios e tenho fé que esse homem não será o líder dessa nação, mas se o pior acontecer, faremos nosso papel de jornalistas no combate aos abusos, assim como todas as denúncias feitas contra o PT, Temer e qualquer agressão à sociedade brasileira. Ainda dá tempo, não vote 17.