NA TRAVESSIA, DENTRO DA NOITE FEIA – Conto de Fernando Canto

Conto de Fernando Canto

“Sim sinhô, tamos saindo de novo de mais um porto de carga, partindo em busca de um outro no constante vai – e – vem que a nossa vida comanda. Nós aqui que se defenda do destino! Se a gente come ar, água barrenta e jabá com farinha é porque Deus tem querença e nós só temos que obedecer, rezar sempre que puder pra não ter a sorte de peixe na rede do pescador.

“Já é noite velha e fechada por um tempo enegrecido com cara de tempestade. Já é mais uma entre tantas a deslizar nas águas benditas destas paragens que nos servem pro trabalho e pros despachos das coisas que não precisamos mais. É noite fechada, é sim… sem hora, descaminhada, prenha de vento forte e que judia a solidão mais amiúde que um homem saudoso tem…

“Sim sinhô, é duro ter mãos calosas, pé rachado e cicatriz das cargas que bem carrego, desde jito, lhe asseguro, pensando e Ter bem dinheiro pra dar uma casa ao pai na velha Vila Formosa de Bom Jesus do Anaju. Minha vida é o que carrego cada vez que o barco sai, toda vez que o barco chega e toda vez queu me arrependo.

“Saudade não tenho tanta da minha infância, eu agaranto. Sempre fui acostumado com a dureza do trabalho, mesmo ficando aos poucos taludo, entanguido e forte, mas-porém malandro e astuto desde as primeiras pontes, canoas e remos de tábua.

“Tenho visto muita coisa neste mundo encarquilhado, coisa do arco-da-velha e cores desencardidas. Só não vi padre fuder freira nem piramutaba ovada. Mas visage, isso então… Nem lhe conto, pra que não pense o sinhô queu sou desses mentirosos. Desde jito, quero que Deus me cegue… vi mato pegando fogo nas ribanceiras dos rios, gente gritando muito debaixo da chuvarada de bala da jagunçada que vagueia atrás de sangue a mando dos coronéis. Vi muita lepra perversa em forma de home comum aumentando dia-a-dia nos trapiches que aportei, como uma vez na Estrada Nova quando pediram um cigarro pro dono do barco Olavo, da terra de Cametá. O rapaz que nem fumava morreu de treze facadas só porque não tinha pito e nem pôde se arrepender.

“Não senta na minha ilharga gente malina e rude. Eu olho logo de esguelha, desconfiado do besta que procura confusão. Eu tomo minhas cachaças sem ter preferência à marca, todavia, lhe garanto, nunquinha caí de porre.

“Dei serviço em muito barco, já tive muito patrão, faz quase quarenta anos que rolo por cima d’água. Não quis me casar, o sinhô sabe, meu tempo foi pro trabalho, e mesmo eu não tenho casa e a maorparte dos meus parentes já foram encontrar com Cristo na morada celestina, onde só tem convite que foi nesta vida humilde. Assim nunca me arrependo de não ter me amasiado com rapariga festeira nem com mulher assanhada. Umas três já declararam que ficaram prenha deste, pois eu lhe conto, não nego, que também não sou santinho. Só sei que nunca fui pai nem padrinho de menino nos lugares onde parei pra carregar esses trabalhos, descarregar minha gala, trocando o óleo da pomba… Humrum! Molhar o osso, seu menino, é preciso praticar, senão a cabeça endoida, fica bilé, bilé. A gente fica mofino, não dá atenção pras coisas e com calo na mão não presta bater punheta nas folgas. Vara de macho escroto precisa de bem carinho e basta só um pouquinho pra entrar nas perseguidas e se lambuzar de prazer.

“Sim sinhô, tô divagando… Me adesculpe se lhe enjôo com esta conversa fiada. É queu vivo me acercando das coisas do meu redor como desta noite feia. Arrepare que tem lua pra nascer daqui a pouco, minguando, mais ainda grande, que vai ajudar com imenso nossa longa travessia por cima desta baía. Vigie ali rés à mata a chegada de um clarão: é ela empurrando as nuvens pra cair logo uma chuva e o barco seguir em paz. Antes que a chuva venha, se ajunte mais pra dentro deste comando apertado, se aproteja do frio que judia a gente e dos solavancos das ondas que neste vento paresque até banzeiro espumante do catamarã da Enasa. Depois da procela forte vem um pouco de chuvisco e as ondas vão se acamar, daí chega a lua branca e eu ainda posso ver á frente sem precisar de farol. Eu moço já andava em barco que não tinha nem motor, nem bússola ou farolete, daqueles movido a vento, onde a gente se guiava pelos lugares que via. Só conhecendo, velava e se livrava dos troncos arrancados dos barrancos.

“Inda mais… Me lembro que já passei por maus momentos, indizíveis, apelando para a Virgem na hora da morte certa, como daquela vez, paresque numa baía chamada Curralinho, quando o casco do barco abriu ao bater numa jangada de troncos, solta e perdida no negro da escuridão. Dessa vez não teve tempo pra desviar do perigo. Morreram cinco pessoas. Consegui salvar só duas que levei lá pra beira em cima de um camburão de óleo combustível.

“Meu parente, se não é a Virgem no céu, os marítimos se estrepam aqui na terra. Coisa ruim só acontece conosco, gente sofrida do mar. Perdi muitos companheiros que foram pras profundezas destas águas amarelas onde vive boto e Iara, boiúna e cobra Sofia.

“Mas quando já…! O sinhô pode pensar. Não creio nessas conversas. Há de dizer o parente. Mas lhe garanto uma coisa: este rio tem tanta água como ente que judia. Já vi coisas, seu menino, que penso não acreditar, por isso prefiro a morte que me arrepiar de medo quando enfrentasse, ‘sconjuro, gente que não desse mundo.

“Espie só a chuva passando. Agora que só tem lua e um mar calmo pela frente é que vem na minha mente uma figura ‘stimada de um homem sempre presente no meu imparável trabalho.

“Não arrepare se eu falo assim meio ‘stúrdio, mas dentro de mim vem uma dor afogalhada toda vez queu cambo meu pensar pra esse lado. Talvez o sinhô tenha tido algum patrão na vida. Não sei se lhe importa eu soltar minhas mágoas que me atormentam benzinho no fundo da minha alma. Tome um café, me escute e não arrepare essa dor.

“Tordia fiquei macucando… pensando na minha vida, no meu destino de boto que paresque é fazer as coisas e desaparecer nas águas. Já vi que tem parecença com as ondas e com tudo do meu redor. É como se eu fosse mururé dançando n’água, planta que tem flor roxa e folha verde e se assustenta do rio. Vai pra onde a maré bate, mas continua pelo rio até bater numa praia, se dividir ou se somar nos troncos da aningueiras ou na hélice do barco despedaçar de vez.

“Não quero ter descamaradagem com a figura do patrão, porém já sofri bastante vendo ele ficar alegre ao conferir o dinheiro que o nosso trabalho dá. Queria ver eles sem nós. Só com seu barco, só ele navegando por aí, debaixo da tempestade. Tá, cheiroso! Eu ia dizer, vendo a sua cara torta. Te vira, seu porcaria… Eu ia era rir. Hum, ele não teria mais aquele riso indecente cheio de dentes de ouro nem os olhos miudinhos que brilham tal quando conta o lucro que o nosso trabalho dá. Disse ao sinhô queu ‘stimava a figura do patrão, mas ora já penso certo, acho que ele não merece queu pense dessa maneira.

“Muitas vezes ouvi no rádio que o Brasil era gigante, acho que é isso mesmo, devido ter viajado, conhecido muitas terras só aqui na região. Isso me faz pensar nas coisas deste mundão onde tudo é muito grande, mas os homens são sempre pequenos. Ninguém segura essa terra, disseram também no rádio, e largaram ela pruns homens de fala e de corpos estranhos. Era pra gente ir frente que a vida ia melhorar, mas só nós, os que navegam, nunca melhoram na merda desta vida, nem seguro dela tem, ganham salário mínimo, o menor, eu acho sempre, pois não dá nem-nem pra sacanagem nos puteiros de Belém, inda mais se, por exemplo, eu tivesse uma família pra assustentar por aí.

“Sim sinhô, me apustemo de trabalho, só vejo trapiche e cais nas margens que descarrego de um lado e doutro do rio. Tô ficando aporrinhado, tô me sentindo um ladrão querendo roubar as coisas, mas preso porque não roubou. Não digo que matei gente, mas minha vontade é enorme de arrancar os dentes todos do ‘stimado patrão. Égua! Égua! Se aguento tudo isso é porque não tenho estudo nem registro e a carteira da Capitania dos Portos. Não tive oportunidade nem incentivo pra essas coisas do ‘stimado patrão, que ganha nas nossas custas tudo aquilo que queremos pra gente viver um pouquinho sem depender de ninguém.

“Não tenho inveja, agaranto, e quero que me adesculpe se falo assim do patrão. Minha sina está nas águas deste rio que bem conheço, que é meu amigo bacana, mas-porém que é traiçoeiro quando a gente nem espera… Hum. Minha sina está com ele, o rio de toda uma vida, a única coisa viva que mais arrespeito e amo, meu calmante dessas horas de aporrinhação.

“Meu parente, eu falei muito das coisas que tanto vi, como da lua minguante que ora ilumina a nós e da figura ‘stimada do proprietário do barco que a gente navega aqui. Antes de acabar meu turno, antes de ir descansar, quero apenas lhe dizer que a minha vida é assim mesmo, paresque noite vergada, com vento e luar minguando, se acabando para o dia que vem chegando benzinho, trazendo o sol que só engelha o resto da dor da gente”.

Sobre o Lollapalooza Brasil 2018 (só deu para escrever algo hoje).

O Lollapalooza Brasil 2018, realizado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP) no último final de semana, terminou há quatro dias. Mas somente hoje resolvi escrever sobre o Festival de Música que mesclou vários estilos em sua sétima edição no Brasil.

Com mais de 70 atrações, entre artistas nacionais e gringos, o Lollapaloooza teve uma média de público de cem mil pessoas ao dia e mais de 300 nos três dias em que agitou a capital paulista. Ao todo, a maratona diária foi dividida em quatro palcos e com mais de 12 horas ininterruptas de programação de shows. Fui a três edições anteriores e o Lolla deste ano foi sim o maior de todos os tempos.

Para os fãs de Rock, como eu, os melhores shows foram das bandas LCD SoundSystem; Royal Blood; Terno; Imagine Dragons; The National; Red Hot Chili Peppers; Pearl Jam e The Killers, além dos cantores David Byrne; Liam Gallagher.

Graças aos Deuses e os demônios do Rock and Roll, tive o prazer de assistir as três maiores bandas que se apresentaram no Festival: The Killers, Pearl Jam e Red Hot Chilli Peppers.

Na sexta-feira (23), o RHCP fez um show legal e nad amais que isso. O baixista Flea sempre ligado no 220W, o batera Chad Smith tocou o basicão, Anthony Kiedis meio frio nos vocais (com exceção de “Under the bridge” e “Give it away”) e Josh Klinghoffer, guitarrista que nos deixa com saudades de John Frusciante. Sempre quis assistir ao Red Hot Chilli Peppers e gostei, mas esperava mais. Repito, gostei bastante, mas faltou aquele sentimento de “caralho do show”.

Já no sábado (24), o Pearl Jam fechou o Lolla. A banda tocou por 2 horas e meia um setlist repleto de sucessos como ‘Jeremy’, ‘Better Man’, ‘Sirens’ e , ‘Black’. Eddie Vedder e seus companheiros emocionaram os fãs, como eu e fizeram valer aquele momento. Uma coisa sobre o PJ: esse sensacional grupo de rock sempre faz um show como fosse o último deles. E olha que já vi duas apresentações. Os caras são phodas e a apresentação nos deixou com aquele sentimento que faltou na sexta, o de “caralho do show”.

Brandon Flowers e sua banda arrebentaram no palco Budweiser, no último domingo (25). O The Killers mostrou que o indie rock vive e nos faz felizes. Eles tocaram ‘Run For Cover’; ‘Runaways’, ‘Somebody Told Me’, ‘Smile Like You Mean It’, ‘Human’ Flowers e ‘Mr. Brightside’. Sem nenhum exagero vos digo: o show do Killers conseguiu ser melhor que o do Pearl Jam. FDC do show!

Claro que eu não vi tudo de bacana que o Lollapaloooza tinha a oferecer, mas assisti aos shows que queria (perdi The National e David Byrne, uma pena) , me diverti com os amigos, bebi, sorri e fui feliz. E é isso que vale a pena.

Um estudo cientifico afirma que em um show de música ao vivo, por apenas 20 minutos, você aumenta em 21% a sensação de bem-estar. Num festival destes e apresentações de grandes bandas de Rock, eu me sinto feliz quase o dia todo. Valeu, gente. Até a próxima aventura Rock and Roll e vida longa ao Lollapaloooza!

Elton Tavares

SANTO PADROEIRO (em homenagem a São José) – Por Flávio Cavalcante

(imagem Google)

Em fevereiro de 1991 cheguei a Macapá. Além de perceber imediatamente a simpatia e hospitalidade do povo amapaense também fui recebido por fortes chuvas. Gostei. Não poderia ser diferente, pois cearense do sertão adora tempo chuvoso e calor humano.

Não demorei a descobrir que além de dar nome a uma majestosa fortaleza, construção símbolo do Amapá, São José era padroeiro de Macapá. Bela coincidência, pois o homem descrito nas escrituras sagradas como justo, obediente e trabalhador, também fora escolhido padroeiro do Ceará.

Chegou março e no dia 19, como nos outros dias do mês, caiu muita água dos céus de Macapá. Fiquei esperançoso, pois esse dia serve de referência para os cearenses na previsão da estação invernosa. Chover no dia de São José é sinal de um ano de bom inverno e de muita fartura.

Poucos dias depois liguei para o Ceará para falar com minha querida avó Maria Amélia. Ansioso, fui logo dizendo:

– Vovó, este ano o inverno vai ser bom, caiu a maior chuva no dia de São José.

Porém, para minha surpresa, vovó falou:

– Meu fí, só se foi aí, pois aqui não caiu um pingo d’água. Faça uma prece para São José distribuir melhor essas chuvas com seus afilhados

Fonte: PEDRA DE CLARIANÃ

Billy Corgan completa 51 anos. Parabéns ao antipático e genial careca do Rock

Foto: Revista Rolling Stones

William Patrick Corgan, mundialmente conhecido como “Billy Corgan”, cantor, compositor, líder, produtor e guitarrista da banda de Rock Smashing Pumpkins, completa 51 anos hoje. Nascido em Elk Grove Village, nos EUA, o careca não é apenas um excelente artista, ele é um ícone cultural acalmado por sua (minha) geração. Seu grupo musical ajudou a definir o rock dos anos 1990.

Billy Corgan começou a tocar guitarra por influência de seu pai, que sempre tocava em bandas de jazz (e dizem ter sido um dos melhores guitarristas jazz de Chicago) e o presenteou com sua primeira guitarra, uma Flying-V 1979, que ganhou quando tinha 15 anos.

O Smashing Pumpkins possui grande influência no cenário alternativo, álbuns históricos do rock’n roll e vendeu mais de 30 milhões de discos em todo o mundo, além de terem ganhado vários prêmios Grammy.

Em 1995, Kurt Cobain já tinha ido para as estrelas e tudo que surgia de genial era mais uma esperança. No final, sabemos que o Rock nunca morre. Ele adoece, mas sempre volta com tudo.

Até hoje, as músicas de Mellon Collie (meu disco predileto do Smashing Pumpkins) emocionam e transportam no tempo quem tem mais de 30 anos. Sim, nostálgico. Agora é só escutar Tonight, Tonight, onde o velho Corgan canta “acredite em mim” ou 1979 e viajar no tempo.

Billy Corgan – São Paulo – 2015 – Foto: Elton Tavares

No Lollapalooza Brasil 2015, realizado em março daquele ano, em São Paulo, o Smashing Pumpkins fechou o festival no palco Onix. Corgan, único membro da formação original do grupo e dono da bola mandou muito bem. Ele veio acompanhado do guitarrista Jeff Schroeder (na banda desde 2007), pelo baixista Mark Stoermer (The Killers) e baterista Brad Wilk (Rage Against the Machine).

Eu aguardava um show do Smashing Pumpkins desde os anos 90. Eles levaram sons como “Tonight, Tonight”, “Ava Adore, Bullet With Butterfly Wings”, “Disarm”, “Cherub Rock”, Today, 1979, a nova “Being Beige”.

O público estava hipnotizado com a apresentação, muita gente, como eu foi às lágrimas. Como não chorar? O careca antipático do rock cantou com o coração e a banda tocou de forma perfeita. Foi um shonzaço e entrou para a galeria de momentos fodas da minha vida.

Enfim, por tudo dito aí em cima e pela obra de Billy Corgan, rendo homenagens ao cara. Que ele viva muito e produza mais Rock and Roll pra gente. É isso.

Elton Tavares.

Pacientes madrugam em filas para marcar consultas médicas no maior hospital no AP – Égua-moleque-tu-é-doido!!

Fila toma conta do setor de marcação de consultas no Hospital Alberto Lima (Foto: Jailson Santos/Rede Amazônica)

Por Jessica Alves

Com o objetivo de conseguir marcar uma consulta com especialistas, centenas de pacientes chegam a madrugar no Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal), em Macapá. A espera pelo atendimento chega a atingir 24 horas, e a fila toma conta do setor de marcação na unidade. Quem espera, reclama da demora para distribuição de senhas.

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) informou que reconhece a falta de médicos especialistas no Hcal, o que dificulta o atendimento. A pasta reforça que está tomando medidas para amenizar o problema, como a descentralização do serviço para marcar consultas em outros horários e a contratação de mais profissionais.

O drama dos pacientes foi registrado pela Rede Amazônica, que foi ao local na madrugada desta quarta-feira (14), e constatou pessoas dormindo em pedaços de papelão, expostos à chuva e frio. O problema se estendeu até a parte da manhã. A marcação de consulta no HCal, único hospital público com médicos especialistas do estado, ocorre de segunda a sexta-feira a partir das 9h.

Entre as principais demandas estão antedimentos com oftalmologista e ortopedista. A estudante Paula Prata tentava pela terceira vez marcar uma consulta para a mãe, de 71 anos, que apresentou problemas na visão em razão do diabetes. A tarefa se tornou árdua para ela, que busca o atendimento desde janeiro.

“É só observar esse tanto de gente que tem para a quantidade pouca de vagas. É muito difícil conseguir e eu tenho que perder a noite aqui, porque minha mãe está muito doente e não tem como ela vir. Somos maltratados com essa situação”, reclamou.

Entre as principais demandas estão antedimentos com oftalmologista e ortopedista (Foto: Jailson Santos/Rede Amazônica)

A dona de casa Keila Garcia, chegou por volta de 22h no setor de marcação de consultas, e até por volta de 8h ainda não havia sido atendida. Ela tentou marcar uma consulta com um ortopedista para o filho. “Não consegui nas outras vezes que vim porque tinha muita gente. Agora eles só distribuem as senhas a partir das 9h30 e para garantir, temos que vir na noite anterior”, lamentou.

A secretária-adjunta de assistência à Saúde, Hely Costa, reforçou que desde 2015 a secretaria tem buscado especialistas para o atendimento na rede pública no estado. Ela afirma que a previsão é que o processo possa diminuir os transtornos a partir de maio.

“Desde 2015 fizemos chamadas públicas e iniciamos a descentralização das consultas, para que os pacientes não precisem vir até o Hcal. O número de vagas também será distribuído para outros municípios em que há a carência dos profissionais”, disse.

As demais especialidades como cirurgião infantil, cardiologista, reumatologista, ortopedista, endocrinologista e cirurgião adulto estão sendo marcadas de acordo com a demanda, informou a Sesa.

Fonte: G1 Amapá

Considerações sobre a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.

Morei no Rio de Janeiro minha vida toda antes de escolher o Amapá. Como verdadeiro Carioca, vivi as praias, os morros, o subúrbio (que é diferente dos morros) e participei ativamente do samba e de tudo que implica existir no Rio. Saí de lá, a mais de 11 anos, por achar que havia muita violência. De lá para cá, só piorou.

Observamos hoje a intervenção federal na área de segurança no Rio de Janeiro como medida necessária. Alguns alertam que não é o Estado mais violento, que outros também deveriam ter esse “privilégio”; uns informam que a intervenção é de aspecto puramente oportunista e eleitoreiro; outros esclarecem que o Rio contribui demasiadamente para a economia nacional; mas estes pontos, todos eles relevantes, pouco importam para as considerações a seguir.

Sem ser profeta do caos, algumas notícias dessa semana preocuparam demasiadamente. O Interventor anunciou parte de seu planejamento, mas não indicou seus assessores – novos Secretários Estaduais, inclusive. Está agindo cautelosamente, diferente de vacilante, aparentemente está se baseando em serviços de inteligência. Se somarem a inteligência das Forças Armadas com as das Polícia Civil e Militar do Rio de Janeiro, acredito que pode ter jeito a situação.

Essa cautela se verifica na ação dos comandados pela intervenção, que apreenderam muitas armas nessa semana (e drogas também), seja por terra, por ar ou por mar. Essas apreensões evidenciam que as inteligências estão agindo em conjunto e que vão “sufocar” o crime no Rio. Esse crime está com menos dinheiro e drogas, pois pagou para elas chegarem e foram interceptadas.

De outro lado, vê-se que a quantidade de armamento apreendida somente nessa semana (25.2 a 4.3) foi altíssima. Essa apreensões não servem para demonstrar um histórico de “importações” de armas e munições para o Rio. Em verdade, ela comprova que tão logo o crime organizado soube da intervenção, tratou de negociar a compra de suas armas e munições.

Já temos anúncio oficial de colaboração interestadual para fechamento das fronteiras do Rio de Janeiro. Agora temos o anúncio não oficial de que o crime busca se equipar “até os dentes”.

A guerra está anunciada. Se eu não tivesse saído antes, estaria saindo agora. Peço desculpa a esse desserviço ao Rio, que pode ser entendido como propaganda contra o turismo e os negócios de lá, mas me importa mais as vidas que se perderam em meio a esse combate. O crime sem dinheiro e drogas para vender vai buscar esses recursos aonde?

De um lado há os que vivem do crime, estes não vão se render só pela presença das Forças Armadas, vão lutar pelo seu “trabalho”. Se do outro lado temos militares que não vão aceitar resolver pela metade o problema – são sérios, fui militar por 5 anos –, é porque haverá combate.. Se realmente eu fosse ficar no Rio, sairia por um tempo, até as coisas se acalmarem.

Por Vladimir Belmino de Almeida, membro fundador da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, membro da Academia de Letras Jurídicas do Amapá e membro da Academia Amapaense Maçônica de Letras.

Marcelo Sá, um apaixonado pelo Amapá – Via “Amapá No Mapá”

O site “Amapá No Mapá” bateu um papo com um dos principais guias de turismo do Amapá, Marcelo Sá. Confira!

ANM: Há quanto tempo você trabalha com turismo? Como essa vontade se manifestou?

Marcelo: Eu trabalho com turismo desde quando me formei, em 2004, foi meu primeiro trabalho como guia levando uma turma de mulheres estudantes de hotelaria e hospitalidade até a Ilha de Santana. Me interessei pelo turismo porque sempre andava no mato aqui. Nasci em Macapá e sempre transitava onde é o Muca, Buritizal, Jardim Marco Zero, toda aquela região. Quando eu ficava chateado ia olhar os bichos na beira do lago, aquela região do Buritizal era cheia de lagos, por isso que é Buritizal.

ANM: Os turistas que procuram você são em maioria de algum local específico ou é diverso?

Marcelo: É muito diverso, ainda é muito diverso. Americanos, holandeses, suíços, de vários países e do sul, nordeste, centro-oeste do país também. Meu último trabalho em dezembro foi com um grupo do Rio de Janeiro e agora em janeiro atendi do Paraná, vai variando, duas, quatro, seis, dez pessoas e individualmente também.

ANM: Existe alguma época do ano ideal para os passeios?

Marcelo: Pra mim não existe esse negócio de chuva ou sol. Depende do turista. Vamos de acordo com o turista.

ANM: Quais são os principais pontos nos passeios? Quais as rotas mais desejadas?

Marcelo: Eles querem ver a floresta amazônica, o Rio Amazonas, ver os botos, fauna e flora. Levamos bastante na Apa da Fazendinha, na Apa do Curiaú e na Ilha de Santana. Bem pouco city tour, preferem o interior. Parque do Tumucumaque, Cabo Orange, unidades de conservação.

ANM: Você já recebeu ou recebe moradores locais para passeios?

Marcelo: Sim, inclusive domingo faremos um passeio na Apa da Fazendinha. A procura é boa mas falta tempo pras pessoas fazerem isso.

ANM: No trabalho você deve passar por um mesmo local diversas vezes, mesmo assim tem algum que sempre o surpreende?

Marcelo: Todos os lugares vão mudar porque cada período do ano vai ter algo diferente lá. A fauna vai estar diferente, a floresta vai estar diferente, tudo vai mudar, depende muito da época do ano. Vimos uma cobra gigantesca com o último grupo em visitação ao Tumucumaque, tinha 7 metros ou mais.

ANM: Mas todo mundo vai preparado para eventuais acidentes, certo?

Marcelo: Sim, vou com os guarda-parques que são os guias locais, regionais, com autorização das unidades de conservação, do ICMBio, quando é unidade de conservação da SEMA vamos com autorização deles também e claro, quando tem comunidade, autorização das comunidades que até acompanham e fornecem serviços de embarcação, alimentação, guiamento dentro das trilhas, trabalho que eles podem fazer também. O guia de turismo circula em todo o Estado, eu trabalho numa agência, a Guia Norte Turismo e consigo fazer o guiamento e agenciamento e trabalho pra outras agências também.

ANM: Então você atua dentro e fora da nossa capital com o turismo?

Marcelo: Exatamente. Eu visitei 13 municípios do estado esse ano (2017), fora que às vezes vamos no Marajó, nas ilhas do Afuá e também trânsito Dentro do Parque Nacional Amazônico da Guiana Francesa, desde a foz do rio Oiapoque, San Jorge e Camopi. Vamos com todas as autorizações, dos parques e com os vistos para entrar na Guiana Francesa. Transito lá desde 2011 como guia de turismo divulgando os roteiros do Amapá e, ao mesmo tempo, hotéis e restaurantes.

ANM: E projetos em escolas e outras instituições, vocês fazem parte de algum?

Marcelo: Vários projetos. Eu tinha um projeto no parque ecológico de Calçoene, o Mais Cultura na Escola. Eu fazia educação patrimonial e a valorização da cultura local, em torno da escola e um dia visitamos uns arqueólogos na época no Parque Arqueológico de Calçoene, que chamam de Stonehenge da Amazônia. E também direto na Apa da Fazendinha com educação ambiental. E no tempo do equinócio, levamos crianças no marco zero do equador. São várias iniciativas. Sempre estamos fazendo, por isso fizemos um curso de turismo pedagógico, pra coordenar a visitação de instituições que precisam ter um turismólogo, um guia, pois a contratação sem as competências técnicas exigidas é considerada exercício ilegal da profissão.

ANM: Sobre situações inusitadas durante o trabalho, alguma te marcou?

Marcelo: Essa de visualizar a cobra gigantesca no Tumucumaque e, anos atrás, quando levei duas moças para visitar o Igarapé da Fortaleza para ver os botos, o filhote e a mãe pularam na frente da lancha, então isso foi interessante. Há também muita crendice mas, às vezes, não devemos duvidar. Já aconteceu de muita gente por aí ser salva por golfinhos e botos. E as pessoas quando desejam ver, conseguem visualizar legal.

ANM: Pra você, qual o potencial turístico do estado?

Marcelo: Todo ele, tudo é potencial. Ninguém aproveita o Rio Amazonas, ninguém aproveita os pontos turísticos como deveriam aproveitar.

Todo mundo deveria pagar se fosse entrar num ponto turístico, pagar para entrar. Não paga no cinema? Então. Tem que pagar por conta da manutenção e as pessoas não valorizam isso e ficam quebrando, destruindo o patrimônio público, arqueológico e histórico do lugar.

ANM: De que forma esse turismo pode ser mais explorado?

Marcelo: Agindo com vontade política e com os técnicos, universidades. Porque as universidades tem muita coisa pra oferecer e ajudar as comunidades a desenvolver. Eu sou estudante de pesca em Santana e quero levar pra lá, pra gente ajudar, um acordo de pesca do rio Araguari na Floresta Nacional do Amapá (Flona) e Floresta Estadual do Amapá (Flota), entre Porto Grande e Ferreira Gomes, é lindíssimo, tenho um roteiro pra lá também.

O antigo matadouro de Fazendinha, estamos com a ideia de montar um museu do rio e do mar, fazer um museu vivo, com pesca de camarão, de peixinhos, com embarcações antigas, réplicas, artesanato, mel, passeios turísticos lá. Futuramente no Igarapé da Fortaleza vai ter um porto e um CAT (Centro de Atendimento ao Turista), um projeto do Igarapé Sustentável.

Como as pessoas podem contratar o seu trabalho como guia turístico?

Marcelo: Então, eu uso atendimento pelo telefone, faço minhas divulgações nos salões de turismo da Guiana, vou em São Paulo também fazer divulgação, Belém. Eu atendo várias pessoas que vem do estado e também que vem de outros países e do resto do Brasil, e as pessoas que eu atendo também indicam meu trabalho pra outras pessoas que querem visitar aqui. Também é o boca a boca, o Facebook e também atendo pelo Whatsapp (96) 98136-8882 e e-mail.

Meu comentário: Marcelo é um velho e querido amigo. Sou conhecedor do seu amor pelo Amapá, por sua riqueza natural, tradições e cultura. Sempre que posso, divulgo seus projetos e informes. Sucesso, Sá. Continue pisando forte por esses campos, mano velho!

Fonte: Amapá No Mapá

Um “espírito” Vilhena que se foi…Nerci Pinheiro de VILHENA

Mamãe e eu em uma das mais belas visões da Catedral de Notre Dame.

Por Gutemberg de Vilhena

Essa figura maravilhosa estaria fazendo hoje, 16 de fevereiro de 2018, seus 76 anos. Contudo – em razão de complicações em sua saúde, deixou-nos no ano passado. Dona Nerci, Dona Quiquita, Dona Clorismina, Dona Xanxa, Dona Essa-outra eram as várias maneiras pelas quais a chamávamos. Ela tinha um “espírito” Vilhena sempre aceso, vivo. Esse “espírito” alude a alguém sempre alegre, com energia positiva, mesmo diante das intempéries e atropelos que a vida lhe apresenta. E, digo-vos, não foram poucos os apresentados para Dona Nerci!

Na última terça-feira, dia da “Banda”, Yurgel Caldas publicou um textinho neste blog sobre tal evento e o papel que a casa do “tio” Eurico tem na concentração da família Vilhena (Conferir em https://www.blogderocha.com.br/a-banda-e-a-casa-do-eurico-textinho-porreta-e-verdadeiro-de-yurgel-caldas/). A mamãe, Dona Nerci, lá estava estampada no centro da foto “de capa” e eu estava ao seu lado, como mostra a foto replicada da matéria abaixo.

Família Vilhena reunida para ver a “Banda” passar

Existem muitas maneiras de homenagear as pessoas que tanto amamos certo? Claro que sim! E outra verdade – tácita ou não – é que em vida tal expressão de carinho e afeto se eleva à enésima potência! Então, dedicarei as palavras seguintes a uma viagem-homenagem feita para Dona Essa-outra em outubro de 2015.

O momento mágico. A torre e a mamãe.

Em meados de 2015, mais ou menos fevereiro, tive uma ideia que se concretizou, para minha alegria, em outubro do mesmo ano: levar Dona Quiquita para me visitar em Paris, cidade que eu já morava há mais de um ano em razão de estudos (pós-doutoramento). Mamãe há tempos nem saia de Macapá e conhecia malmente um pedacinho da Amazônia. A tarefa pode até parecer que foi fácil, mas não se enganem. Dona Nerci relutou por meses, mas quando soube da companhia de suas belas e maravilhosas irmãs, Tia Rosa e Tia Ana, mudou de ideia – mas não rapidamente. A presença de Paula Gabriele, à época minha esposa, também lhe tranquilizou. Foram maravilhosos 15 dias que fiquei em sua companhia naquela cidade. Imaginem o orgulho de um filho em ter sua mãe em uma das cidades mais legais do mundo para se conhecer.

Mamãe na Praça da Concórdia

Dia após dia eu mostrava as maravilhas da cidade e tanto mamãe quanto suas irmãs ficavam maravilhadas com tamanha beleza. O “espírito” Vilhena contagiou a cidade de Paris e também a meus amigos. Sim, eu já tinha vários amigos e fiz questão de organizar um encontro para que todos se conhecessem. Foi muito bom. Até açaí, cuidadosamente levado por elas, foi servido neste dia. Nos dias que antecederam a viagem, criamos um grupo de Zap zap intitulado “Cajazeiras em Paris” e por este meio vários outros familiares puderam acompanhar nossa trajetória. Eu preparei um roteiro pensando exatamente no perfil daquelas que – encantadas – se extasiaram ao poder aproveitar e curtir com a “pegada” que elas tinham. Restaurantes maravilhosos, uma arquitetura que poucos lugares têm em quantidade e qualidade, e os vários sorrisos emplacados a cada momento de descontração foram nossos inebriantes momentos. Nada de muito caminhar! Qual estratégia, então? Metro! Bom, barato e com qualidade. Quantas e quantas vezes entramos e saímos das várias estações de metro. Até perdi as contas.

As cajazeiras na frente do Museu do Louvre

Bom, acho que não preciso contar cada detalhe de três figuras maravilhosas – as Cajazeiras – na cidade de Paris, correto? Foi simplesmente a melhor das viagens e já tínhamos combinado fazer tantas outras. Mamãe despertou para conhecer novos lugares, tal como hoje Rosa e há muito tempo Ana fazem.

Mamãe contemplando obra de Rodin no Museu d’Orsay

Neste primeiro ano sem sua presença no dia que tanto brincávamos, dia do seu aniversário e de sua irmã Rosa, eu gostaria de registrar aqui um pouco das tantas lembranças que tenho desse “espírito” Vilhena que se foi. Eu poderia narrar muitos outros momentos, mas este, em especial, causa-me tamanho orgulho, porque foi o momento que mais vi minha mãe uma “criança”, brincando como se não existissem problemas no mundo, tal como nossas crianças pensam e agem.

Essa foto não é da viagem. Mas eu não poderia deixar de coloca-la.

Beijo, mãe!

Gutemberg de Vilhena Silva. Professor na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e, o mais importante, filho de Nerci Pinheiro de Vilhena.

UM DIA DE ELLEN PAULA – (relato verídico de Carnaval – Por Fernando Canto)

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Ellen Paula

 

Por Fernando Canto

Claro que não é a mesma coisa. Mas já me senti a própria miss da Expofeira deste ano que viu seu direito de ganhar o concurso ser usurpado (propositadamente ou não). Tudo por causa de um suposto erro de contagem do júri.

No meu caso a situação aconteceu nos fins de 1985, quando fui convidado para participar de um festival de samba-enredo da Associação Recreativa Piratas da Batucada, na sede do Trem Desportivo Clube. O tema era “O sonho de um rei”, e o regulamento dava margem para mudar o título, desde que o samba se encaixasse no que os carnavalescos da escola queriam.

Como na época eu pertencia à ala de compositores dos Piratas Estilizados, que era do seguimages (6)ndo grupo, resolvi participar. Então convidei o Neck para defender a música “O Rei da Brincadeira”, para a qual fiz os arranjos e acompanhei no cavaquinho. Aconteceu, porém, que o Jeconias Alves de Araújo também estava inscrito no festival, mas não havia encontrado quem interpretasse seu samba. Pediu-me para cuidar disso. Cuidei. Ensaiamos os dois sambas na sede dos escoteiros do Laguinho com uma turma de batuqueiros dos Piratinhas.

No dia anunciado para realizar a escolha do melhor samba – um, sábado – havia seis inscritos. O prim
eiro a ser cantado, por sorteio, foi o do Jeconias, denominado “Sonho de um Rei”, cantado pelo Neck e acompanhado por mim no cavaco. Os intérpretes do samba seguinte – “O sonho de um pirata”, de Leonardo Trindade – não apareceram. O

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Fernando Canto e o saudoso Jeconias Araújo

próximo foi o meu samba, que o Neck interpretou magnífica e profissionalmente, sendo bastante aplaudido. A quanta composição, intitulada “O sonho de um rei no carnaval”, de Alcy Araújo, também não concorreu. Mas as duas seguintes, “Sonho de um rei fantasiado de pirata”, de Venilton Leal, e “Sonho em forma de samba”, de Zoth e Antoney Lima eram muito boas e também foram bastante aplaudidas pela galera do Piratão.

Após uma longa e nervosa espera – um sofrimento para quem participa de festivais – finalmente o presidente do júri anunciou o resultado, favorável ao Jeconias Araújo, que por sinal era compositor dos Piratas da Batucada desde a sua fundação. Jeconias recebeu o cheque no valor de dois mil cruzados novos, contente da vida, enquanto eu e o nosso intérprete nos perguntávamos onde foi que erramos. Mais tarde, tomando uma gelada ndownload (5)o badalado bar Balaio, na Praça Nossa Senhora da Conceição, o Jeconias, que depois viria se tornar um grande amigo meu, me esnobou balançando o cheque na minha frente. E nem agradeceu o favor.

Como essas coisas aconteciam nos festivais não liguei muito. Na segunda-feira o Manoel Torres, que fora secretário do júri do festival e pertencia à diretoria da escola, chamou-me na reprografia da Secretaria de Planejamento do Governo do Território, repartição que trabalhávamos. Ele queria me mostrar que o festival tinha sido feito com lisura e honestidade. Para tanto me deu uma planilha com os resultados.

Na ocasião eu estava acompanhado do Rui Lima, que como eu também era técnico da SEPLAN. De posse da planilha o Rui somou rapidamente os resultados com olhos de economista e detectou que o mesmo estava alterado. Em vez de 59 pontos o samba de Jeconias aparecia com 69: 10 pontos a mais. O meu samba havia alcançado 65,5 pontos, portanto eu ganhara o festival.

Não devolvi a cópia da planilha. Guardo-a até hoje. Fui atrás dos meus direitos e os consegui: o samba foi gravado (pelo Neck) e cantado na Avenida Fab no Carnaval de 1966.

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Prova do erro: planilha da pontuação

O ruim disso foi que o Jeconias não recebeu o dinheiro do prêmio e por isso nunca mais fez samba para a sua escola. Por outro lado, no ano seguinte fui convidado pelo Monteiro para fazer o samba que homenagearia o Biroba, espécie de ícone do bairro do Trem. Então o samba ajudou o Piratão a ser campeão pela primeira vez, na FAB. Coisas do carnaval.

Compreendi a intenção do Manoel Torres, que não foi ingênuo, mas honesto; a de Jeconias, um vencedor que não levou o prêmio; e agora a da jovem miss Ellen Paula, que como eu fez seu trabalho, mas que por causa de um erro (intencional ou não) se viu impedida de comemorar a vitória. Mesmo assim eu acredito que sempre há um tempo para corrigir injustiças.

*Publicado no jornal “A Gazeta” de domingo, 13.12.2009.

Obs: republicado por conta da polêmica e poradal de um certo concurso de beleza do Carnaval. Daí a contextualização.

Contos, causos e histórias do Cleomar

Meu amigo Cleomar Almeida é um competente engenheiro. O cara também é a personificação da pavulagem e gentebonisse, presepeiro e boçal como poucos que conheço. Um figura divertido, inteligente, gaiato, espirituoso e de bem com a vida. Dono de célebres frases como “ajeitando, todo mundo se dá bem” e do “ei!” mais conhecido dos botecos da cidade. Quem conhece, sabe. Selecionei alguns de seus relatos na rede social Facebook. Boa leitura:

Na esquerda, meu amigo Cleomar. Na direita, a foto do lutador Lyoto Machida, feita pelo repórter fotográfico Tarso Glaidson Sarraf Rodrigues.

Luta garganteada

Comparo a luta do Lyoto Machida dessa madrugada a um pé de porrada que me meti certa vez quando moleque, só consegui acertar a primeira, daí pra frente só apanhei, mas apanhava como quem está ganhando, garganteando o tempo todo. Ao final, todo quebrado, ainda avisei ao meu quase algoz: Isso é pra tu aprender a não mexer com que tu não conhece! Ninguém entendeu nada, mas muita gente achou que saí vencedor daquela peleja.

Nortista e frio

Tem felicidade maior do que chegar a noite em casa, ligar a central de ar no 17, se meter debaixo do cobertor mais grosso que tiver e passar a noite inteira entrevado, brigando com o frio? Nortista é um bicho estranho mesmo.

Avaliações anuais

Dando uma avaliada no ano de 2017 e levando em consideração a merda que foi 2016 me veio na mente o refrão da música de Rio Negro e Solimões ” Tá ruim mas tá bão “. E vai melhorar mais ainda.

Em 2018 eu quero mais é perder, perder menos tempo com gente que não vale a pena, perder menos dinheiro com coisas desnecessárias e finalmente, perder uns dez quilos, de preferência sem ter nenhum membro amputado. Bora perder !!!

Brasileiro

Ainda ontem, conversando com dois amigos sobre violência, porte de armas, política… Surge a melhor definição sobre nós.
– Cleomar, brasileiro é doido!!!
Pronto, acabou a discussão.

Bar de corno

Daquelas histórias que só acontecem numa mesa de bar. Dia desses, estávamos eu e um amigo, jogando aquele papo furado, contando mentira, falando mal da vida dos outros e é claro, tomando aquela cerveja bem gelada, quando descem de um carro, cinco cabôcos, com visíveis sinais de embriaguez, como diz um outro amigo meu, e em alto e bom som um deles ao passar por nós grita: É aqui o Empório do Índio, o bar que só dá corno? Eu em resposta à pergunta do nobre cidadão respondi: Sim, inclusive acabou de desembarcar mais uma carrada neste exato momento. Foi um pára pra acertar, o cabra ficou puto, queria brigar. Quem fala o que quer…

Passando bem

Outro dia, assistindo ao noticiário local, vejo o repórter relatando uma tentativa de homicídio, em que a vítima havia sido alvejada por três tiros de arma de fogo mas, segundo o repórter, passava bem. Porra, quem levou três tiros não pode estar passando bem, passando bem está o cara que ganhou 7 milhões na mega sena, passando bem, tá o namorado da Paola Oliveira. Quem levou três tiros e sobreviveu, no máximo, tá levando muita largura.

Mercado

Aí tu sais pra comprar um peixe e chegando no Mercado, dá de cara com umas “mini-aparelhagens” espalhadas pelos boxes, umas tocando hino de igreja, outras pagode e outras aquele brega rasgado, todas com o volume até o “talo”. Acrescente a isso algumas doses de ressaca, a agonia é tanta que o cabôco até esquece o que foi fazer.

Fim dos tempos

Mais uma da série ” Fim dos tempos “. Conversando agora a pouco com um amigo e ele me conta:
– Te contei que meu pai foi assaltado na frente de casa?
– Não, como foi isso?
– Porra, meu pai acorda cedo e com mania de velho, vai varrer as folhas da mangueira em frente de casa, numa dessas, dois malandros de bike, foram pra cima do coroa.
– E aí, o que aconteceu?
– Um dos malacos entrou com ele em casa e fez uma geral, enquanto o outro “reparava” lá na frente. Nessa geral o malandro achou 700 contos.
– E aí?
– Aí que o que tava com meu pai sussurrou no ouvido dele: Não fala pro lá da frente que eu peguei os 700.
Rapá, é ladrão roubando ladrão.
Fim dos tempos mesmo!

Sono e fome

Tenho a certeza de que sono e fome são dois grandes amigos que se juntam pra me sacanear. O sono diz para a fome, vou sair de perto e você pula com os dois pés no peito dele. O golpe é tão certeiro, que já caio dentro da geladeira.

Cortejo do Banzeiro em homenagem aos 260 anos de Macapá está confirmado para 4 de fevereiro

Dia 4 de fevereiro é o aniversário de 260 anos de Macapá, e o Banzeiro do Brilho-de-fogo mais uma vez estará fazendo o cortejo nas ruas em homenagem à cidade e seus moradores. Batuqueiros, mulheres do Cordão das Açucenas, crianças do Jardim do Banzeiro estarão arrastando o público para acompanhar os integrantes do Cortejo no itinerário, que inicia na Catedral de São José nova, e segue até a praça Floriano Peixoto, com música, dança, marabaixeiras e arte circense. O Cortejo inicia após a missa de aniversário da cidade.

O Banzeiro do Brilho-de-fogo fará parte da programação do aniversário de Macapá pelo quarto ano consecutivo, e é responsável por levar o povo para a praça Floriano Peixoto e dar início à programação oficial de responsabilidade da Prefeitura de Macapá (PMM). “É nossa homenagem à cidade, e uma forma de retribuirmos com beleza, cultura e música o que conquistamos, que foi o respeito do público e o encantamento dos integrantes”, disse Alan Gomes, da coordenação. Fazem parte ainda da coordenação do projeto, Adelson Preto, Paulinho Bastos, Melissa Silva e Ricardo Iraguani.

O projeto iniciou em 2014, por iniciativa de um grupo de artistas e produtores culturais, que pretendia, através da iniciação musical, promover a música amapaense, valorizar e a cultura, e ser uma vitrine viva das tradições, pioneiros, história e povo da região. Foram formadas turmas de crianças, jovens, adultos e idosos, que participavam das oficinas fixas e itinerantes, para aprender a produzir adereços, tocar e confeccionar instrumentos de percussão. Os alunos viraram batuqueiros, açucenas e crianças do jardim, e saem nos cortejos do Banzeiro pelas ruas em datas pontuais, em julho, dezembro e fevereiro, no aniversário de Macapá.

O coordenador Paulinho Bastos explica que o projeto foi pensado para retratar Macapá, a cultura e tradições, mas o alcance social e cultural levou naturalmente o projeto a ser uma iniciativa que representa todo o estado. “No Banzeiro cabe toda nossa região, e ele cabe o coração de todos, independente do endereço, hoje ele pertence ao povo, sem distinção de localização ou qualquer outro traço de diferença. Vamos homenagear Macapá com muita música e alegria, desfilar nossas tradições do batuque e marabaixo, das saias floridas e amor por esta cidade”.

Em 2018 o projeto volta com as oficinas de percussão itinerantes, que deram início às primeiras turmas de batuqueiros. Realizadas em praças, associações, escolas, faculdades e o quilombo do Curiaú, as oficinas são coordenadas por instrutores do Banzeiro, mestres da cultura popular e instrumentistas. “Estamos voltando à origem do projeto, que são as oficinas que acontecem durante o ano inteiro, que formam a base do banzeiro, para iniciar musicalmente crianças e pessoas de todas as idades, uma verdadeira aula de música ministrada por profissionais da percussão”, enfatiza Adelson Preto, coordenador geral do projeto.

O Cortejo de Aniversário de 260 anos de Macapá sairá após missa, 9h, da frente da Catedral de São José, e segue até a praça Floriano Peixoto, onde dará início à programação cultural que se estenderá durante todo o dia 4 de fevereiro. O cortejo será acompanhado por artistas de circo, grupos de marabaixo e população, que segue dançando os batuqueiros, açucenas e crianças do Jardim do Banzeiro.

Serviços:

Concentração para o Cortejo: 8h
Local: Av: General Gurjão, ao lado da nova catedral
Saída: 9h

Mariléia Maciel
Assessoria de Comunicação

Jornalismo e Servilismo, eis a questão…

Todas as profissões estão voltadas a um tipo de serviço. O jornalista, entre outras coisas, é um profissional a serviço da palavra. Vivo de palavras, pois este é o meu ofício, mas as verdadeiras. Aliás, o sonho de consumo de todos nós. Nem sempre é assim.

Então. Às vezes é preciso pisar na beira e repor verdade, pois como disse Winston Churchill: “uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir”. Pois então.

O profissional da comunicação precisa ter cuidado com essa ‘volta inteira’. Um exemplo: hoje, a promotora de Justiça do Ministério Público do Amapá (MP-AP), que atua na Promotoria do Meio Ambiente e na Secretaria-Geral do MP-AP, Ivana Cei, concedeu entrevista ao programa Luiz Melo Entrevista, na Diário FM.

A membro do MP-AP foi ao programa falar sobre sua possível agenda em Londres (ENG), onde pretende tratar sobre atuação na área ambiental e os impactos ambientais, sociais e econômicos causados pelas mineradoras ANGLO (sediada na capital inglesa) e ZAMIN, no Amapá. Até aí, tudo normal.

O problema é que no final de semana passado, um jornal, que utilizarei o nome fantasia (assim como as notícias que o vestem) de “A Casseta”, tentou macular esse objetivo e afirmou que a promotora iria até a cidade inglesa tratar de interesses particulares e que a viagem seria paga com o dinheiro público.

Acontece que tal inverdade foi muito difícil de engolir. Explico. É que se trata de uma mentira, um papo furado pra ludibriar, como de costume. Apesar de respeitar alguns colegas do tal jornal, essa prática é o velho “jornalismo ficção-servil-canalha-mal-intencionado”, para beneficiar a quem interessa falsear a verdade e manter um sistema de desinformação, a chave-mestra da corrupção.

Aliás, a prática de manobrar os desavisados com mentiras deslavadas, sem nenhum respeito aos fatos e sim uma reles construção de factoides, com direito a ataques difamadores é comum. Mas provar mesmo, aí é outro papo. Essa prática vergonhosa, infelizmente contraria os princípios jornalísticos. Fazer o que? Repor a verdade, claro.

Aliás, foi isso que Ivana Cei fez hoje durante a entrevista. Entre outros esclarecimentos sobre vários temas perguntados, a promotora de Justiça disse: Sou promotora de Justiça e cobro pela sociedade. Se houver danos, temos sim que atuar. Por isso essa agenda internacional. O Ministério Público Estadual tem a obrigação de exigir a reparação dos danos causados ao nosso povo por essas mineradoras”.

Sobre a maldosa matéria do referido periódico, doutora Ivana enfatizou: “todos podem investigar o Ministério Público. Poder de investigação não significa mais poder, significa mais trabalho. Defendo que todos os órgãos façam o mesmo”, frisou .

Fui assessor de comunicação em diversas esferas da Administração. Já realizei matérias sobre os prejuízos ambientais e financeiros causados pelas mineradoras gringas, acompanhei a situação real e tenho conhecimento de causa: Muitas pessoas foram lesadas. A sociedade foi lesada! Ou seja, o argumento do servilismo da Casseta é pequeno, mesquinho e irresponsável.

Ah, sim. Trabalho no MP-AP, sou diretor de comunicação do órgão, mas quem lê este site (que existe há nove anos) e mesmo quem conhece minha vida, sabe que sou um profissional sério, que este espaço de comunicação é ético e não só mais um a lotear e barganhar para ganhar o pão.

Aliás, a matéria também é espontânea. Não há servilismo. Só pura indignação. Essa foi uma daquelas pequenas e raras vezes em que a vida nos pede a coragem de falar a verdade, sempre junto da nossa amiga esperança.

A vida segue, a tarde cai e, enquanto isso, “…A esperança dança na corda bamba de sombrinha e em cada passo dessa linha, pode se machucar…”.

E fim de papo.

Elton Tavares Jornalista, assessor de comunicação e editor do site De Rocha.

PERIGO: descaso em manutenção de ponte, na rodovia estadual A.P. 070, coloca população em risco – Égua-moleque-tu-é-doido!!

Ponte fixada na comunidade do Corre Água, na rodovia estadual A.P. 070 – Fotos: Lúcia Pimentel

As condições em que se encontra uma ponte, fixada na comunidade do Corre Água, na rodovia estadual A.P. 070, são precárias. A plataforma, que liga Macapá ao Distrito de São Joaquim do Pacuí e ao município de Cutias do Araguari, está deteriorada, o que coloca em risco os cidadãos que trafegam por ela. A situação preocupa tanto aos moradores das localidades citadas quanto a pessoas que residem na capital amapaense, mas precisam utilizar a estrada e realizam a travessia arriscada.

O fato foi denunciado pela servidora pública Lúcia Pimentel, na rede social Facebook. Na publicação, ela cobra uma medida urgente da Secretaria de Estado de Transportes (Setrap), para que o órgão faça os reparos necessários na ponte e assim evite um possível acidente no local.

Esta é uma ponte da A.P. 070, localidade Corre Água, que coloca em risco a vida de todos aquele que necessitam se deslocar para a região do Pacuí e município de Cutias. Apesar de ser do conhecimento das autoridades estaduais (Setrap), já algum tempo, nada tem sido feito, o que responsabilizará o Governo Estadual, em caso de ocorrência de vítimas ou danos materiais. Sou obrigada a passar constantemente pela localidade por este ser o único acesso a propriedade de minha família”, denunciou Lúcia Pimentel.

Conforme outros relatos de Lúcia, várias pontes na A.P. 070 estão danificadas, mas essa é a que apresenta maior risco aos que utilizam a rodovia estadual. Fica aqui o apelo da denunciante e deste site, para que não ocorra nenhuma tragédia anunciada na ponte em ruínas.

Elton Tavares

Nota triste: morre Dolores O’Riordan, vocalista da banda The Cranberries

Dolores O’Riordan, cantora e vocalista da banda The Cramberries, morreu subitamente nesta segunda-feira (15). A causa da morte ainda não foi revelada. “Os membros da família estão em choque com a notícia e pedem privacidade neste momento difícil”, disse o agente da banda, em comunicado divulgado à imprensa europeia.O corpo foi encontrado em Londres (ENG), onde ela e seu grupo participariam de uma gravação. A artista tinha 46 anos.

Dolores nasceu em Ballybricken, na Irlanda, em 1971, a mais nova de sete filhos. Ela tinha transtorno bipolar. Ela deixa três filhos com o ex-marido Don Burton: Taylor Baxter, 20, e Molly Leigh, de 16, e Dakota Rain, de 12 anos. Ela e Don se separaram em 2014 após 20 anos de relacionamento.

No ano passado, o Cramberries lançou “Something Else”, com releituras acústicas dos sucessos do grupo. Além da cantora, a banda era formada por Noel Hogan, Mike Hogan e Fergal Lawler. O trabalho mais recente de inéditas, “Roses”, é de 2012, o único com novas canções após o retorno, em 2010. Os integrantes haviam ficado afastados por seis anos.

Em entrevista ao jornal inglês “Metro”, Dolores contou que lutava contra depressão. “Há duas extremidades do espectro (bipolar): você pode ficar extremamente deprimido e sombrio e perder o interesse pelas coisas que você ama e você pode ficar super maníaco. Eu estava no lado hipomaníaco do espectro por um longo período. Mas, geralmente, você só pode durar nesse caminho por cerca de três meses antes de atingir o fundo do poço e entrar na depressão. Quando você é maníaco, não dorme e fica muito paranóico. Então estou lidando com isso com medicação”, disse no ano passado.

Meu comentário: o The Cranberries foi muito ouvido e curtido pela minha geração e também pelos jovens que vieram depois de nós. Surgiu na década de 1990 e vendeu milhões de álbuns em todo o mundo.

Com certeza, a fã mais apaixonada pelo grupo irlandês é minha amiga e cantora, Rebecca Braga, que sempre executava canções da banda em seus mais de 20 anos como musicista. Ela começou cantarolando, entre outras coisas The Cramberries. Quando soube da morte de Dolores, lamentei por ela, por nós dessa geração que tivemos a sorte de ter o Cramberries em nossas trilhas sonoras, mas principalmente pela Rebecca.

Cheios de atitude, os irlandeses ajudaram a deixar os anos 90 mais felizes para toda uma geração de fãs de Rock.  Que Dolores siga em paz. Valeu, Dolores!

Fontes: O Globo e G1