Da vez que pensaram em trocar o nome do Teatro das Bacabeiras – Crônica de Elton Tavares

De acordo com o sociólogo, escritor, jornalista e compositor Fernando Canto, a alcunha “Teatro das Bacabeiras”, pelo fato de trazer o nome que supostamente originou a palavra Macapá, foi escolhida democraticamente pelos artistas amapaenses para nomear o principal teatro de Macapá. Portanto, a denominação se identifica com a nossa terra.

Em 2015, foi cogitada a possibilidade da mudança do nome do Bacabeiras para que o teatro recebesse o acréscimo do nome do ator, humorista e radialista Pádua Borges, que faleceu em 2014.

Pádua era brilhante, ícone da cultura local e um cara porreta. Ele merece mesmo uma homenagem póstuma, mas não essa.

A questão da modificação do nome do teatro público do Estado iria além da questão de prestar uma homenagem ao importante representante da cultura amapaense. A mudança envolve a construção da identidade cultural do Amapá, processo que se constitui e é defendido a muito custo por nossos artistas e agentes culturais.

Mudar o nome do teatro, cuja escolha parte da construção histórica do amapaense seria descaracterizar uma parte daquilo que temos como memória, elemento agregador (fundamental!) da cultura.

Homenagear Pádua, o eterno e amado “Lurdico” da dupla “Os Cabuçus”? Sim! Com a criação de novos espaços, que poderão beneficiar a comunidade e agregar conhecimento e arte ao nome daqueles que produziram cultura nesse Estado e que ficaram em nossa história.

Ainda bem que desistiram da ideia. É isso.

Elton Tavares

O dono do Cabaré – Crônica porreta de Fernando Canto

Crônica de Fernando Canto

Depois de receber uma bolada do “PDV” do Governo Federal, onde trabalhou por quase 20 anos, Zé Ramos não sabia nem como nem onde investir o dinheiro. Mas queria ser comerciante. Como também era boêmio inveterado, frequentador de inúmeros botecos, bares e lupanares, alguém lhe falou que um cabaré estava à venda no subúrbio da cidade. A ideia de comprar um estabelecimento comercial já pronto despertou-lhe a cobiça e o sentimento de poder, pois comandaria pessoas e ainda aproveitaria os produtos da casa. Ou seja, uniria o útil e lucrativo negocio ao agradável hábito do bem bom.

Visando o lucro, Zé Ramos investiu toda a sua fortuna na compra do tal lupanar. Porém, despreparado (Naquele tempo não existiam programas de empreendedorismo a pequenas empresas assessorados pelo Sebrae), nosso herói foi levando o negocio com a barriga. Era mais cliente do que dono.

Quatro meses depois o único garçom roubou o caixa e fugiu; dois empregados, encarregados da limpeza e da cozinha, e um segurança o colocaram na justiça do trabalho e as cinco trabalhadoras sexuais da casa apareceram grávidas o acusando de ser o pai das crianças, pois ele às vezes, quando estava doidão, expulsava os clientes e fechava o estabelecimento, para seu usufruto pessoal.

Acabou vendendo o negocio por uma ninharia para um cearense, dono de um minibox que lhe fornecia mercadoria no fiado. Quase não dava para pagar as indenizações dos empregados e as outras despesas que ficaram da sua gestão.

Mesmo assim, Zé Ramos é um cara feliz da vida. Viveu a sua experiência de empresário como um xeique árabe. E diz, sempre rindo, com o maior orgulho: – Já fui dono de puteiro. Não ganhei, mas também não perdi.

Esse é o Zé Ramos com suas histórias.

* PDV: Plano de Demissão Voluntária, implementado nos anos 90.

Sobre domingos de quando eu era moleque

Quando eu era moleque, nas manhãs de domingo, acordava com a MPB rolando no toca-discos de vinil, meu pai já tomando uma e minha mãe cozinhava (isso quando não íamos comer fora). O cheiro porreta da broca já exalava na casa. Meu irmão ainda tava na parte de cima do beliche, desmaiado. Eu o acordava pra começarmos a brincar, azucrinar e dominar o mundo.

Papai, sempre carinhoso, nos abraçava e cheirava. Mamãe, também amorosa, mas mais comedida, dava um beijo em cada um dos moleques. Uma vida vivida no amor. É assim até hoje, mas sem o velho Zé Penha. Que saudades!

Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez” – Trecho do poema “Filtro Solar”.

Elton Tavares

Hoje é o Dia Nacional do Maçom (minha família tem forte ligação com a Maçonaria no Amapá) – Meus parabéns à Ordem Maçônica

Hoje é o Dia Nacional do Maçom. A data é celebrada em 20 de agosto por conta de uma sessão histórica realizada entre as Lojas de Maçonaria “Comércio e Artes” e “União e Tranquilidade”, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), nesse mesmo dia, em 1822. Na ocasião, o Irmão Gonçalves Ledo teria feito um discurso emocionante e inspirador, pedindo a Independência do Brasil ainda naquele ano.

A data oficial foi oficializada no artigo 179 da Constituição do Grande Oriente do Brasil, tornando o dia 20 de Agosto o Dia do Maçom Brasileiro. A iniciativa dele foi aprovada por todos os maçons presentes e registrada na ata do Calendário Maçônico no 20º dia, do 6º mês do ano da Verdadeira Luz de 5.822. Esta data, convertida para o calendário gregoriano (que é usado na maioria dos países ocidentais), seria equivalente ao dia 20 de Agosto de 1822. Isso teria sido um impulso da sociedade maçônica para que o príncipe regente, Dom Pedro I, proclamasse a Independência do Brasil, no dia 7 de Setembro de 1822 (menos de um mês depois da grande reunião no Rio de Janeiro).

O conceito de Maçom diz: “homens de bons propósitos, perseguindo, incansavelmente, a perfeição. Homens preocupados em ser, em transcender, num preito à espiritualidade e à crença no que é bom e justo. Pregam o dever e o trabalho. Dedicam especial atenção à manutenção da família, ao bem-estar da sociedade, à defesa da Pátria e o culto ao Grande Arquiteto do Universo”.

Maçonaria é uma sociedade discreta e, por essa característica, entende-se que se trata de uma instituição com ação reservada e que interessa exclusivamente àqueles que dela participam. Seus membros cultivam o aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade, além do aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciática, filosófica, progressista e filantrópica.

Maçonaria no Amapá e minha família

A Maçonaria existe no Amapá desde 1947, quando foi fundada a Loja Maçônica Duque de Caxias, localizada na Avenida Cloriolano Jucá, Nº 451, no Centro de Macapá. Hoje existem 24 lojas maçônicas no Amapá. Destas, 13 são da Grande Loja do Amapá e 12 da Grande Loja Oriente do Brasil. Além da capital, os municípios de Mazagão, Porto Grande, Santana e Laranjal do Jari possuem uma loja cada.  Meu avô paterno, João Espíndola Tavares, foi maçom. Aliás, foi um homem dedicado à Maçonaria. Vou contar um pouco dessa história:

Foto: Elton Tavares

Em 1968, após ser observado pela sociedade maçônica de Macapá, João Espíndola (meu avô) foi convidado a ingressar na Loja Maçônica Duque de Caxias, sendo iniciado como Maçom. Logo se destacou dentro da Ordem, por conta de seu espírito iluminado. Foi um dos maiores incentivadores de ações filantrópicas maçônicas no Amapá.

João foi agraciado, em 1981, após ocupar 22 cargos maçônicos, com o Grau 33 e o título de “Grande Inspetor Litúrgico”. Ele sedimentou seus conhecimentos sobre literatura mundial lendo de tudo.

Meu avô é o primeiro da esquerda. Nessa foto, com outros maçons, entre eles o senhor Araguarino Mont’Alverne (segundo da direita para a esquerda), avô de amigos meus.

Vô João transitou por todos os cargos da Ordem. As cadeiras que ocupou foram sua ascendência à graduação máxima da instituição. Foi Vigilante, 2ª Mestre de Cerimônias, Venerável Mestre, 1º Experto Tesoureiro, Delegado do Grão Mestre para o 11ª Distrito Maçônico e presidente das Lojas dos Graus Filosóficos. Também foi um dos participantes do Círculo Esotérico da comunhão dos membros.

Ele também integrou o grupo de humanistas da instituição, que objetivava a assistência social e humanitária, oferecendo atendimento médico gratuito ao público. A entidade filantrópica também ministrava aulas preparatórias para candidatos ao exame de admissão ao Curso Ginasial, que hoje conhecemos como Ensino Médio.

Quando ele morreu, em 1996, em nota, a Maçonaria divulgou: “Durante sua estada entre nós, sempre foi ativo colaborador e possuidor de um elevado amor fraterno”.

Evento na Loja Maçônica do município de Mazagão – Foto: Elton Tavares

Há 12 anos a Loja Maçônica do município de Mazagão, Francisco Torquato de Araújo, comemorou 20 anos de fundação. No evento, a instituição homenageou seus fundadores, entre eles o patriarca da minha família paterna, João Espíndola Tavares. Naquele dia, nossa matriarca, vó Peró, também foi honrada. Ela recebeu o “Ramo das Olivas”, uma espécie de broche, que seria destinado somente às esposas dos maçons daquela casa. Foi uma experiência emocionante, diferente, contagiante e extremamente familiar.

Senhor José Odair e nossa Peró – Foto: Maria Penha

Em agosto de 2020, o venerável mestre da loja maçônica Francisco Torquato de Araújo, do município de Mazagão, José Odair, fez uma visita à nonagenária mais linda do mundo, nossa Peró. Na ocasião, ele a presenteou com um histórico da unidade maçônica mazaganense encadernado, por conta da contribuição do vovô.

Meu tio e querido amigo, Pedro Aurélio Penha Tavares, é o único maçom da minha família. Ele também foi venerável Mestre da Loja Duque de Caxias, que possui 74 anos. Meu avô, lá nas estrelas, deve ter muito orgulho de seu filho, que seguiu seu caminho Maçônico.

Tio Pedro, na época de venerável da Loja Duque de Caxias

O Maçom, por princípio, não deve ter um dia específico para agir maçônicamente. Todos os dias são Dias de Maçom, pois a construção do Templo Interior é um trabalho árduo, diuturno e que leva uma vida para ser concluído. Parabéns a todos os IIR . ‘ ., livres e de bons costumes, especialmente os que buscam viver como verdadeiros MMaç . ‘ ., “levantando TT. ‘ . à virtude e cavando masmorras ao vício” para que sejam “Justos e Perfeitos”, parabeniza Pedro Aurélio todos os seus irmãos de Maçonaria.

Honrar é preciso. A história, a memória e o legado, que também é de amor. Pois meu avô ajudou na história disso aí. Meu tio idem. Meus parabéns à Ordem Maçônica.

“Fale de sua aldeia e estará falando do mundo” – Leon Tolstoi.

Elton Tavares

Poema de agora: Rock and roll forever (a poesia marginal do Régis Sanches)

Rock and roll forever

John Bonham!
Você mergulhou
Para flutuar com Brian Jones
No fundo da piscina.
Não sei, por que razão?
Às vezes,
Também faço coisas
Que ninguém imagina.

Jimi Hendrix!
Você quiz voar
Com o “Rei Lagarto”
Nos céus de Paris.
Embarcaram em uma nave
Que “bad trip”!
Com Janis Joplin
E Elis.

Um dia, eu também quiz voar
Num mergulho sem fim
Abro as asas sobre o mar.
Mas, veja, eu não desisti
Estou aqui,
Mil histórias prá contar.

Kurt Cobain!
Você fugiu para o Nirvana
E o Himalaia é logo aqui
Cássia Eller!
Você não me engana.

Estou na selva
Dias negros, noites obscuras
Eu vou nas ruas
Com meu skate esfarelado
Veja, o meu corpo suado
Minha cabeça
Vomita versos delirantes
Minha guitarra-flamejante
Vou lapidando diamantes
Veja, a luz nos olhos meus
Aquela velha chama
Nunca se apagou
Rock and roll.

Régis Sanches

Há 52 anos, rolava o Festival Woodstock – #Woodstock #Woodstock69

Há exatos 52 anos, rolou o Festival de Woodstock. O evento foi realizado, de 15 há 18 de agosto de 1969, em uma fazenda de 600 acres de Max Yasgur, na área rural de Bethel, no estado de Nova York (EUA). Com o objetivo de reunir lendas do rock, a festa levou milhares de jovens até lá. Foi o acontecimento mais importante da história da música.

Anunciado como “Uma Exposição Aquariana: 3 Dias de Paz & Música”, o festival deveria ocorrer originalmente na pequena cidade de Woodstock, mas os moradores locais não aceitaram, o que levou o evento para a Bethel, a uma hora e meia de distância (160 km de NY).

Cerca de 400 mil pessoas invadiram a cidade de Bethel para o Woodstock, onde residiam somente 2.300 cidadãos. Como a organização esperava “apenas” 60 mil pessoas, somando o público de todos os dias, a saída foi improvisar postos de alimentação gratuitos quando eles se depararam com uma massa sete vezes maior. Cidades vizinhas doaram frutas, enlatados e sanduíches.

Até hoje, o Woodstock é considerado um marco na história da música mundial. Mesmo depois de 52 anos, os relatos sobre o festival são de que o mundo parou por três dias de agosto de 69 (número sugestivo, não?) para uma grande confraternização e celebração .

Quem encerrou a festa foi nada mais, nada menos que o maior guitarrista da história. Ele mesmo, Jimi Hendrix. Antes dele, grandes nomes do rock estiveram no palco do festival, como Janis Joplin , Joe Cocker, Santana, Grateful Dead, Joan Baez, The Band, Johnny Winter e The Who.

Além de reunir alguns dos artistas mais consagrados do rock dos anos 60, o Woodstock foi a maior contestação social da juventude da época.

Woodstock pode ser considerada também a festa que teve a maior quantidade de penetras da história mundial. Em contrapartida muitos artistas convidados pensaram duas vezes em participar, The Doors e Led Zeppelin são os exemplos mais famosos. Os produtores até tentaram os The Beatles, que não toparam porque não convidaram a banda da Yoko Ono, obviamente uma negação de John Lennon.

Os que entraram para a História foram aqueles que se arriscaram, público e artistas que participaram e fizeram sua parte. Ao todo foram 35 apresentações. Literalmente eles deram um show.

Setlist dos shows que rolaram em Woodstock:

Richie Havens – Here comes the sun (George Harrison)
Sweetwater – Join the band (Alex Delzoppo, Fred Herrera)
Joan Baez – Diamonds and rust

Santana Oye como va (Tito Puente)
Grateful Dead – Fire on the mountain (Mickey Hart, Robert Hunter)
Janis Joplin Maybe (Richard Barrett)
The Who – My generation (Pete Townshend)

Joe Cocker – With a little help from my friends (John Lennon, Paul McCartney)
The Band – Mystery train (Junior Parker)
Johnny Winter – I smell smoke (Roger Reale, Jon Tiven, Sally Tiven)
Jimi Hendrix – Wait until tomorrow

Fontes: revistas, jornais, sites e nossas conversas de mesa de bar sobre Rock and Roll.

Saudades, amizade e rock’n’roll: neste sábado (14), rola live/homenagem póstuma ao advogado e músico Nilson Montoril Júnior

Caricatura do artista Andrew Punk

Neste sábado (14), a partir das 18h, familiares e amigos do advogado e músico Nilson Montoril Júnior, que desde 2020 não está mais conosco, promoverão uma live em homenagem póstuma a ele. “Nilsinho”, um dos apelidos do saudoso amigo (sim, era meu amigo também) foi, além de excelente profissional do Direito, contrabaixista, líder e fundador da banda The Malk. O show on-line é uma mistura de saudades e honrarias ao cara, querido e considerado pela galera da antiga que curte som em Macapá.

A apresentação será transmitida pelo canal da The Malk no Youtube. A live contará com a participação dos companheiros de banda e outros músicos que tocarão na evento virtual, além de  depoimentos de amigos de toda a vida e familiares do Montora. E, ainda, exibição de fotos de momentos da trajetória do “Maizena” (Nilson era uma cara de muitos apelidos).

Banda The Malk, no tributo ao The Cure. Bar Do Vila, em 2019. Foto: Elton Tavares

Para que não conviveu com o Nilsinho, com aquele jeito ácido de ser (igual ao meu) que todos adoravam, é uma excelente oportunidade de saber mais do cara, que foi um grande amigo dos seus amigos, inteligente demais e figuraça porreta. Pois vão rolar boas histórias sobre ele.

Além de operador do direito e músico, Montora era um marido apaixonado e amoroso pai de dois caras.  E, ainda, maçon, flamenguista, amante de rock’n’roll, um dos maiores fãs de Cure e Smiths que conheci e brother das antigas da galera. Ele morreu no dia 16 de dezembro de 2020, aos 47 anos, devido a uma parada cardiorrespiratória em decorrência de complicações da Covid-19. E deixou saudades, pois a gente dava muito valor naquele bicho.

Eu e Nilson em dois momentos de 2016: encontro de trabalho no TRE/AP (esquerda) e show da Legião Urbana (direita).

O evento virtual foi carinhosamente organizado por muita gente que amava o cara, como a Gabriela Dias e o Adroaldo Júnior, entre tantos outros brothers. Se o Nilson  já assistiu, deve ter reprovado alguma coisa, seja o som, o setlist ou algo assim, pois ele tinha que reclamar com algo ou chamar a atenção do Adriano Bago sobre algo que o mesmo tinha esquecido. Esse era o Montoril, um cara perfeccionista  e, às vezes, até cri-cri, mas a gente gostava. A música sempre me uniu ao Nilsinho. Recomendo a live.

Serviço:

Live/homenagem póstuma ao advogado e músico Nilson Montoril Júnior
Data: 14 de agosto de 2021 (também conhecido como hoje)
Horário: a partir das 18h.
Transmissão pelo canal da banda The Malk no Youtube:

https://www.youtube.com/channel/UCzwrV6fDW2GfEz139qQwhRQ

Elton Tavares

A Santa Inquisição do Fofão – Crônica de Elton Tavares (ilustrada por Ronaldo Rony)

Lembro-me bem, no início dos anos 90, do pânico em Macapá causado por um boato “satânico”. Espalhou-se que teria uma adaga ou punhal dentro do boneco do personagem Fofão, por conta de um suposto pacto demoníaco com o “Coisa Ruim”, feito pelo criador do personagem.

Iniciou-se uma caça, sem precedentes, aos brinquedos.

Uma espécie de “Santa Inquisição”.

De certa forma, parte da população embarcou na nova lenda “modinha” e os fofões foram trucidados por conta de um mero boato.

Meu irmão e eu vitimamos alguns fofões que pertenciam às nossas primas (prima sempre tinha Fofão, boneca da Xuxa ou Barbie). Na época, muitos diziam que ouviram do vizinho do “fulano”, que uma pessoa tinha sido assassinada por um dos então apavorantes bochechudos de brinquedo.

O Fofão tinha uma cara enrugada, era tosco, usava uma roupa parecida com a do Chucky (o Brinquedo Assassino), e dentro ainda tinha uma haste (punhal) de plástico, que era usado para manter o seu pescoço em pé.

Realmente os fatos estavam contra ele.

Houve até queima dos portadores do mal, em praça pública. Sim! Naquela praça que ficava em frente ao cemitério São José, que hoje abriga a Catedral, homônima ao espaço reservado aos que já passaram desta para melhor.

Na verdade, comprovou-se que o fato não passou de um golpe de marketing, pois muita gente comprou só para conferir e, em seguida, destruir o brinquedo. Coisas como o lance das músicas da Xuxa que, como se falou na mesma época, se tocadas ao contrário, continham mensagens do diabo.

Hilário!

Foi muito divertido, confesso. Ateei fogo em vários fofões, e foi muito melhor do que a época junina. A maioria dos moleques adorou e grande parte das meninas chorou a partida daquele tão querido brinquedo.

Concordo com o dramaturgo inglês, William Shakespeare, quando disse: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que explica a nossa vã filosofia”, mas não neste caso. Porém, o episódio do Fofão foi uma histeria generalizada entre a molecada e virou mais uma piada verídica da nossa linda juventude, uma espécie de Santa Inquisição dos brinquedos.

Elton Tavares

Olimpíada despertando o que há na memória de uma quase atleta de voleibol – Crônica porreta de Gilvana Santos

A então jogadora de vôlei Gilvana Santos, de camiseta branca, do lado esquerdo da foto – Imagem: arquivo familiar.

Crônica de Gilvana Santos

As Olimpíadas de Tóquio chegaram ao final neste domingo (8), e para nós brasileiros a participação do país podia ter sido fechada com chave de ouro, mas não foi possível. A nossa última chance de ganhar a medalha mais cobiçada tinha que ser em um esporte que caiu no gosto popular, o voleibol. Não deu ouro para a seleção feminina de vôlei, ficou na prata, mas valeu para reavivar nas memórias as minhas incursões e tentativas vãs de me tornar uma atleta de vôlei.

O gosto pela modalidade começou na minha adolescência, nos anos 80, por influência dos meus irmãos Clemerson e Girlane, jogavam vólei. Eu sonhava em ser da Seleção Amapaense de Vôlei para disputar os Jogos Escolares Brasileiros (JEBs).

À época, pensar em viajar para outro Estado era quase impossível, devido às dificuldades financeiras. Meu pai Marçal Batista trabalhava no INCRA e minha mãe Maria Juracy era costureira, para ajudar no sustento dos cinco filhos, porque a grana nunca sobrava, pelo contrário. Nossa vida só melhorou depois que mamãe passou no concurso público da Justiça Federal, de onde é aposentada.

Então, passei a enxergar no vôlei um meio de conhecer outras cidades, com pessoas e culturas diferentes. A prática era incentivada nas aulas de educação física do extinto Território Federal do Amapá.  Clemerson e Girlane estudavam no CA, enquanto que eu e Girlei estudávamos no GM, onde por sorte, tinha uma das melhores treinadoras de vôlei do Amapá, a professora Marli Gibson. Com ela aprendi as técnicas do esporte, o difícil era colocar em prática (risos), mas ainda consegui participar de alguns jogos (foto).

A então dançaria Gilvana Santos, de preto, no centro da foto – Imagem: arquivo familiar.

Nesse período, também houve um grande impulso com a inauguração das quadras de voleibol e basquete na Praça do Barão, no Centro. Era perto de casa, no Laguinho, e todo final de tarde eu ia com minhas irmãs Girlane e Girlei, sempre acompanhadas do Clemerson para tentar uma vaga em um dos times formados para as disputas que se formavam naquele espaço. Meu irmão era da elite, junto com o Bianor, Alcinão e Negrão, só pra citar os que eram mais próximos da família. Era uma festa, juntava os melhores jogadores de todos os bairros. Na “grade” iam formando os times para disputar com os vencedores, e eu, claro, nunca era escolhida porque não tinha domínio da bola (ô coisa difícil essa tal recepção do saque).

Gente, já deu para perceber que eu fui uma péssima jogadora de vôlei, mas tentei, tentei muito. Entrei na escolinha da Marli, que treinava seu time no Ginásio Avertino Ramos. Os treinos eram um sobe e desce interminável das arquibancadas e muita repetição, mas apesar de ser uma levantadora mediana, eu era péssima na recepção, daí não tinha jogo. E o saque? Meu Deus, o meu saque era horrível, dando soquinho embaixo da bola kkkkkkkkkkkk Era tão ruim que a Marli, que também era professora e organizadora das apresentações de dança, na qual eu era beeemmmm melhor, chegou ao ponto de pedir, quase implorando, que eu permanecesse somente no grupo de dança.

Mesmo com esse desempenho sofrível, eu insisti, e ainda consegui ganhar uma medalha, foi no Torneio de Calouros do Cesep – atual Unama, em Belém-PA. Eu organizei o time das alunas do Curso de Economia e também era a capitã. Fizemos a final contra as meninas de Arquitetura, um monte de patricinha, e nós éramos meras mortais, que com humildade levamos o torneio. Claro que para ganhar eu tive que me colocar na reserva e fiquei só administrando de fora do campo.  Não tenho fotos, mas tenho uma testemunha de Macapá, a querida Jacira Gomes, uma das atacantes que fez a diferença nessa conquista.

É meus amigos, vida de atleta não é fácil, ainda mais quando não se tem o talento para a coisa. Então, que esse artigo ajude na reflexão que a Olimpíada de Tóquio deixa, não julgue aqueles que não tiveram êxito, pois só de chegar na disputa já é uma grande conquista. Parabéns aos nossos representantes, e especialmente parabéns às meninas do vôlei, que mesmo desacreditadas, subiram no pódio e ganharam a medalha de prata. Eu? Bem, vou continuar me aventurando, sempre que possível, a bater uma bolinha.

*Gilvana Santos é jornalista, assessora de comunicação e querida amiga medalhista de ouro nas olimpíadas dos corações de seus amigos como eu. (Elton Tavares). 

Eu lembro, pai. Muito obrigado! – Texto sempre republicado por motivo de saudades.

Lembro da minha infância com alegria. Eu e meu irmão fomos agraciados com excelentes pais, que nos proporcionaram tudo de melhor possível (e muitas vezes impossível, mas eles fizeram mesmo assim). Graças a Deus, minha mãe continua aqui e é meu anjo da guarda.

Lembro todos os dias do meu pai, José Penha Tavares. Ele faz muita falta. Não só hoje, que é Dia dos Pais, mas sempre. E sempre fará. Difícil compreender as indecifráveis razões de Deus para algumas despedidas.

Lembro que nós nunca fizemos a primeira comunhão, nem eu e nem Emerson, pois fugíamos das aulas de catecismo para ir com o papai pra AABB. Ele ia jogar bola e nós curtíamos a piscina. Apesar de não ter sido um frequentador de igrejas, Zé Penha tinha muito mais Deus no coração do que a maioria dos carolas que conheço.

Lembro-me de quando ele me levava para ver seus jogos de futebol. Era goleiro dos bons. Lembro quando tinha mais ou menos uns quatro anos ele me chamava de “Zôk”, apelido dado por causa da risada que eu dava quando ouvia o nome da moto Suzuki.

Lembro que sempre foi nosso herói, meu e do meu irmão Emerson. Depois, também virou ídolo de muitos amigos, por conta do nível caralístico de paideguice que ele tinha. Lembro que poucas vezes vi meu pai triste ou irritado.

Lembro-me das poucas broncas, de algumas porradas, de poucas discussões. Disso mais lembro de esquecer. Lembro muito mais das viagens, da parceria, da amizade, da proteção, da admiração que tinha e tenho por ele.

Lembro-me de papai nos levar para jogar bola, ao cinema, circo, arraial ou qualquer lugar em que ficássemos felizes. Éramos moleques exigentes, mas lembro que ele e mamãe sempre davam um jeito, mesmo com pouca grana. Lembro dos ensinamentos e sei que uma porção grande de bondade que trago em mim herdei de meu pai.

Lembro que conviver com meu pai era viver no paraíso. Lembro-me de como todos o amavam e até hoje, todos sentimos saudades. Lembro que já são 23 anos sem você. Lembro, Zé Penha, de o quanto fomos parceiros, confidentes e grandes amigos. Aliás, pai, fostes o melhor de todos. Lembro de como eras sensacional, cara. Incrível, mesmo!

Lembro de tudo amorosamente, pouquíssimas vezes com lágrimas nos olhos, mas a maioria com sorrisos. Pois o que mais lembro é que tu, pai, era a personificação da alegria e bom humor. Enfim, de vida. Lembro de ti, Zé Penha, todos os dias. E amo lembrar o que fostes e o que representas. Obrigado por todo o amor. Um beijo em ti. Estejas tu nas estrelas ou em qualquer lugar além do meu coração. Amo-te, pra sempre. Feliz Dia dos Pais!

Elton Tavares

*Texto atualizado e republicado por motivo de saudades.

Pai não parta – Carta de recebida pelo Luiz Jorge Ferreira…De seu filho Luiz Henrique Quando do lançamento do Livro Signo do Sol

Escritor Luiz Jorge e sua filha – Arquivo de família.

Pai não parta

Pai não parta. Se for, para onde ficará seus ideais?
Qual filho irá ser o que mais te lembrará.
Qual irá ver velhos amigos de seu pai falarem, você se parece tanto com ele.
Que chega abalar a mente e o coração do velho Senhor.

As memorias e os sentimentos sempre estarão guardados.
Mas o choque será tão forte que nem filhos nem mulheres, iriam se adaptar.
Um mundo sem um bom Medico, Filosofo e um ótimo pai.
Logico que a diferença estará em meu sangue e nos dos irmãos.

Para se adaptar é melhor dizer para os netos, que o avó foi repousar em seu sofá e lá permanecerá.
Falando em sofá, aquele será o Meu sofá daqui uns anos, meu filhos iram deitar e pensar…
O vô deitava aqui, será que ele achava confortável ?
Eu irei dizer, não importa o lugar em que você se deita, mas se você está se sentido bem, o lugar se torna um paraíso.

Não sou bom para escrever, como queria ser pai.
Mas aos anos vou aprendendo.
Falando em aprender nada melhor que ser Medico & Poeta.
Ser o filho que deixou seu pai orgulhoso e de que seguiu o Negocio da família.

Trabalhando e com uma foto de lado com a imagem de meu pai.
Lembrando seus ensinamento e conselhos, que por não ter um pai presente.
Mesmo longe do filho, fazia o máximo para estar presente.
Pegando uma longa estrada, na chuva e no sol. Para passar 2 horas com o seu filho caçula.

Para outras pessoas isso é cansativo, mas para o Luiz Jorge é a felicidade.
Ver seu filho crescendo e passando ele, com seu 1,60 de altura.
E um grande coração. Contando piadas e historias de antigamente.
Que o filho lembra todas elas, mesmo sendo varias e repetidas.

Daria um enorme livro sua vida, seus conselhos, ensinamentos.
Mas não são todos que precisão saber quem é você ou o que você fez, ou foi reconhecido.
Quem precisa saber são seus filhos, que por não se verem muito, uma coisa os ligam.
Seu pai, que quando partir irá dizer, não se afastem, família é tudo, já que só tive uma mãe.

Escritor Luiz Jorge e seu filho – Arquivo de família.

De valor para suas mães, por que ela não é eterna, cuide dela até o final.
E não conte para seus filhos, pois se você já ficou triste com a perda, seus filhos vão ficar triste também.
E a tristeza deles será a pior coisa do mundo, você não aguenta a sua imagine aguentar a deles ?
Siga em frente, tudo está normal, ninguém vê sua dor, ninguém imagina.

Quem diria que um pequeno homem, guardaria tanta coisa dentro de si. Não poderia ser apagada simplesmente.
Mas toda noite irei olhar para o céu e dizer, Obrigado pai por existir e me criar, me tornar melhor.
Dar uma vida melhor para minha mãe, que não tinha nada, só tinha você.
Que por acaso lhe deu um filho, amor, carinho e logico, uma vida boa para ambos.

Tudo em torno de você fica mais feliz, você faz as pessoas feliz, mesmo do seu jeito engraçado e palhaço.
As vezes bravo por telefone, mas diz não estar.
Ligando para a escola perguntando se o Filho está indo ou faltando.
Lhe dando dinheiro quando vai embora, lhe dizendo para usar com sabedoria.

Como a vida é engraçada, aqui estou eu escrevendo sobre sua vida.
Não sou bom em terminar as coisas, não termino nunca bem.
Mas eu acredito que não há outro modo, não existe outro te terminar.
Então ai está. Eu lhe amo pai. Você será eterno e sempre será lembrado por todos e por mim, não mude jamais.

*Carta recebida pelo Luiz Jorge Ferreira…De seu filho Luiz Henrique no lançamento do Livro Signo do Sol – Editora Rumo Editorial…2014….Osasco…São Paulo.

Hoje é o ano novo particular de Elder Willott. Feliz aniversário, primo!

Eu, entre Ana e Elder, no casamento deles. Santarém (PA) – 2019. Queridos!!

É seis de agosto e Elder Willott gira a roda da vida. Gosto demais desse cara por isso, lhe rendo homenagens, pois ele é muito porreta!

Já contei aqui, mas repito por motivos de ser uma história firme: paraense natural de Santarém, Elder Willott largou a cidade natal, família, amigos e trampo para morar em Macapá há pouco mais de dois anos. Ao ler a primeira frase deste parágrafo, pode ser loucura do cara, mas não foi. Ele casou com a arquiteta Ana Paula Tavares (de quem muito me orgulho ser primo) e em nome do amor por essa maravilhosa mulher, mudou de mala e cuia para o meio do mundo, o nosso lugar neste planeta.

A nonagenária mais linda do mundo (saudades, vó), Aninha, Elder e este editor fazedor de selfies, em 2019.

Elder é advogado, operador do Direito, profissional competente e responsável, servidor do Judiciário e concurseiro determinado. Admiro quem se dedica de corpo, alma e coração. Esse bicho se trancou numa salinha de estudos (quando não tá trampando) e manda ver na absorção e aprimoramento de seus conhecimentos. Apelidei esse lugar de “Nárnia”, aquele mundo mágico cinematográfico, pois o brother some lá. Brincadeiras à parte, estamos todos torcendo muito para que ele alcance seus objetivos.

Willott, com esse nome de artista gringo, é um homem fiel aos seus afetos, pois é  um filho, irmão, sobrinho e marido amoroso, além de um bom amigo. Aliás, gosto do fato dele ser meu amigo, pois é um baita cara.  Elder é uma daquelas pessoas de áurea boa, tranquilo, culto, discreto, bem humorado, inteligente pra caramba e um figura sensacional em vários aspectos.

Com os primos, tomando umas cervas na Banca Rios Beer, em 2020.

Se todas as qualidades descritas acima não fossem suficientes, Elder é politizado do jeito certo. Sim, pois está mais que provado que existe a forma errada desde que os homens de bem elegeram o demônio (e ainda ameaçam seguir no erro) na terra para presidir esse país desgovernado.

Elder sempre tem argumentos fundamentados e coerentes para explicar o óbvio para essas figuras. Eu o entendo, pois faço o mesmo. Apesar de ser absurdo, nestes tempos trevosos que o Brasil passa, é extremamente necessário fazer isso. Para mim, uma questão de caráter e o aniversariante é um aliado nisso.

Porém, nada disso que contei aqui sobre o amigo que troca de idade hoje é mais firme do que o fato dele  fazer a nossa Aninha feliz. E que a gente ama demais essa moleca!

Em resumo, Elder Willott se tornou um brother querido, um primo postiço e alguém que gosto de dividir momentos porretas. Vez ou outra, eu, ele, Aninha e Pedro Júnior (nosso primo) nos reunimos para tomar uns vinhos e conspirar (risos). Sim, é “nóis” na resistência!!

Elder, manão, que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa garra , sabedoria, coragem e talento. Que a Força esteja contigo. Saúde e sucesso sempre. Parabéns pelo teu dia. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Parabéns, Evandro Luiz. Feliz aniversário, Barão!

O grande Evandro Luiz, nosso querido “Barão”.

Evandro Luiz gira a roda da vida neste quarto dia de agosto. O aniversariante é um grande jornalista, produtor e repórter, cronista, pai e marido amoroso, além de respeitado e querido profissional da comunicação do Amapá.

O popular “Barão” foi o primeiro jornalista formado a se aposentar no Estado. Na TV, ele é um dos pioneiros e pavimentou o caminho para os que vieram depois. O cara fez 18 mil reportagens ao longo de quase 30 anos de televisão. Impressionante!

Evandro é um grande cara. Tive uma passagem curta pela Rede Amazônica, mas o experiente jornalista nunca me tratou como foca (iniciante). Pelo contrário, sempre teve apreço por mim. Quando descobriu que sou neto do delegado Espíndola (que já virou saudade), disse: “cara, trabalhei com teu avô na Guarda Territorial, ele foi meu amigo”.

Fotos: Arquivo Pessoal do Barão.

Em janeiro de 2016, ele pendurou as chuteiras. O jornalista Seles Nafes, que trabalhou muitos anos com o Evandro, escreveu um textaço em homenagem ao cara. Em um dos parágrafos, SN disse:

Evandro Luiz é jornalista com “J” maiúsculo, e não apenas por milhares de reportagens que produziu na televisão, muitas em situações arriscadas, especialmente em aventuras no interior do Estado. Mas pelo exemplo de perseverança e de entusiasmo pelo jornalismo, profissão que o fez faltar ao trabalho raríssimas vezes em 29 anos de Rede Amazônica”. É verdade, o cara foi exemplo dentro e fora do trampo.

Evandro merece, pois é um dos representantes da memória cultural do cenário jornalístico do Estado.

Em outubro de 2017, durante uma conversa com o Barão na casa da jornalista Alcinéa Cavalcante, conversamos sobre as várias vertentes do jornalismo, e em algum momento ele disse algo que para mim é uma honra: “Elton, cada um com o seu talento, para mim tu és um excelente assessor de comunicação”.

Barão em sua despedida da Rede Amazônica.

Evandro merece, pois é um dos representantes da memória cultural do cenário jornalístico do Estado.

Em outubro de 2017, durante uma conversa com o Barão na casa da jornalista Alcinéa Cavalcante, conversamos sobre as várias vertentes do jornalismo, e em algum momento ele disse algo que para mim é uma honra: “Elton, cada um com o seu talento, para mim tu és um excelente assessor de comunicação”.

Fiquei muito feliz com o elogio do amigo, pois tive a honra de trabalhar com essa lenda da comunicação amapaense e sei da importância de sua opinião.

Com o Barão, em 2017 – Foto: Jaci Rocha.

Ano passado, ele surpreendeu mais uma vez e começou a escrever excelentes crônicas. O jornalista Arilson Freires me mostrou e a maioria delas foram publicadas neste site, pois são porretas demais.

Ao Evandro, meu respeito e gratidão e votos de saúde e felicidades. Parabéns, amigo. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Parabéns, Marcelo Morgado. Feliz aniversário, velho amigo!

Eu, Alzira e Morgado – outubro de 2020

Tenho a sorte de ter amigos longevos. Daqueles que tu lembras nas antigas memórias dos melhores e piores piseiros. Gente que faz parte da história de uma vida. Ou de como diz o escritor e também brother Fernando Canto: “de um tempo que fomos para sermos o que somos”. Assim é com o Marcelo Morgado, que gira a roda da vida neste terceiro dia de agosto e lhe rendo homenagens, pois o figura é muito paid’égua!

Marcelo é um maluco das antigas por quem tenho apreço, respeito e admiração. Ele fez o seu corre bem direitinho e hoje colhe frutos do batalho. Não lembro o ano, mas conheci o Morgado nos anos 90. Estudamos juntos. Aliás, eu, ele e o saudoso Jork. Ao longo daquela década, nos encontrávamos na “trasheira” do Rock and Roll e ficamos mais próximos.

A única foto velha que tenho com o Morgado. Eu tô com cara de mordido e parece que ele tá tirando um catota, mas tá valendo (quem me deu esse registro foi o Bruno Jerônimo).

Marcelo sempre foi um cara tranquilo, gente fina, inteligentão. Depois a gente se encontrava pra dar uns rolês pelo lado negro da força, com as piores (e melhores) companhias da época. Ainda bem que aquela galera se separou, pois andamos juntos pelo lado escuro da lua.

Morgado formou, virou mestre jedi em Geografia, começou a dar aula. Professor foda, foi pra Belém (PA) e de lá para o Rio de Janeiro (RJ). Hoje tá na viração do Doutorado e boto muita fé que logo ele tira isso de letra.

Há alguns meses, ele sofreu um duro golpe. Como a maioria de nós, por conta da praga que levou muitos nos nossos amores e afetos. O Morgado retomou sua vida (porque precisamos seguir, ainda que saudosos) e ainda é fonte de apoio para seus familiares. Em uma breve conversa, há poucos dias, ele disse em um grupo (de What’s, que temos com outros irmãos de vida): “a gente precisava viajar” e assim o fez. Afinal, é preciso respirar sempre pra não pirar de vez.

Eu e Morgado – Julho de 2019

Morgado é um figura trabalhador, honesto, gente boa e, sobretudo, um cara do bem. Juntos, aprontamos muito na Macapá dos anos 90. Sim, vivemos no underground, no submundo da juventude da capital amapaense daquela década. Graças a Deus, sobrevivemos e conseguimos “virar gente”. O que não quer dizer que nós sejamos coroas sérios (risos). Ah, a gente também curtiu muito na casa da Val, a “lindinha”, outra queridona, com companheiros da época.

Encontrei o cara ano passado, tomei umas cervejas com ele, Rapha e Alzira. Foi uma noite tão legal que somente a lembrança já aquece o coração. Pois a gente é maluco doido do coração mole e damos muito valor uns nos outros. Esse “consideramento mútuo” é o que nos une após anos de pouco contato.

Eu, Alzira e Morgado – outubro de 2020

Marcelo, mano velho, que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa garra, sabedoria, coragem e talento em tudo que te propões a fazer. Que a Força sempre esteja contigo. Saúde e sucesso sempre, Morgado. Parabéns pelo teu dia. Feliz aniversário!

Elton Tavares